O Millenium BCP deverá alienar «em breve» 15,69 por cento dos 66,69 por cento que detém no Millenium bim, o banco que lidera o mercado bancário moçambicano, noticia esta quinta-feira a imprensa em Maputo.

«A operação deverá consumar-se brevemente», diz o semanário Savana, editado na capital moçambicana, que cita uma fonte próxima do processo, avança a «Lusa».

O Millennium BIM, do grupo português Millennium bcp, é o principal banco em Moçambique, seguido do BCI Fomento, participado pela Caixa Geral de Depósitos de Portugal.

Segundo o Savana, «o Millennium bcp está a ultimar os preparativos para alienar 15,69 por cento dos 66,69 por cento que detém no Banco Internacional de Moçambique (BIM), ficando com 51 por cento, maioria que ainda lhe permite ditar regras na instituição que detém a maior da quota do mercado no sistema bancário moçambicano».

O Millenium bim tem também accionistas o Estado moçambicano, através do Instituto de Gestão de Participações do Estado, além do Instituto Nacional de Segurança Social, a Empresa de Seguros de Moçambique (EMOSE), a Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade e mais de seis centenas de investidores individuais.



A venda das acções no banco com o maior quinhão no mercado bancário em Moçambique é uma das exigências do Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional, que recomendaram a retirada do Estado das empresas de capitais privados e a colocação das respectivas acções na bolsa de valores.

A hipótese da venda de parte das participações do Millennium bcp surgiram há três anos quando o ex-presidente do banco português Paulo Teixeira Pinto admitiu que pretendia vender até 16 por cento do capital do Millennium bim, mantendo, no entanto, o controlo da instituição.

«Vamos organizar o processo junto de um conjunto de bancos de investimentos e depois decidiremos como alienar essa participação que excede os 50 por cento do BIM», disse na altura.

A Agência Financeira entrou em contacto com o BCP mas não conseguir obter qualquer tipo de informação.