A Caixa Geral de Depósitos (CGD) obteve um resultado líquido de 354 milhões de euros, no primeiro semestre de 2008, o que representa uma queda de 28% face aos lucros do mesmo período do ano passado.

Em comunicado, o banco justifica esta diminuição com «uma consequência dos efeitos muito negativos da crise nos mercados financeiros, com destaque para o reconhecimento da imparidade da participação no BCP no montante de 130 milhões de euros e para a redução dos resultados de operações financeiras, em 243,2 milhões de euros, face ao período homólogo de 2007».

A CGD adianta que os impactos da turbulência nos mercados financeiros «não tiveram um efeito mais negativo nos resultados devido ao comportamento positivo do produto da actividade bancária comercial».

A margem financeira estrita mais comissões líquidas que reflecte a evolução do produto da actividade bancária da área comercial registou um aumento de 9,4%, um crescimento bastante superior ao dos custos operativos, atingindo o montante de 1.237,4 milhões de euros.

A margem financeira alargada cresceu 12,9%, alcançando 1.146,6 milhões de euros e os proveitos líquidos de comissões 5,4%.

Já os custos operativos aumentaram em 2% e a rendibilidade líquida dos capitais próprios (ROE) situou-se em 14,6%, acrescenta o banco.

Já o activo líquido somou 108,3 mil milhões de euros, um aumento de 10,6% face a Junho de 2007.

Crédito a clientes aumenta 13,5%

O crédito a clientes (bruto) aumentou 13,5% para 71,3 mil milhões de euros, tendo, em Portugal, o crédito a empresas e institucionais subido 19,6% e o crédito à habitação aumentado 5,8%.

Por seu lado, os recursos totais captados pelo Grupo (excluindo o mercado monetário interbancário) totalizaram 95,9 mil milhões de euros, progredindo 10,2%. Os recursos de retalho de balanço somaram 63,6 mil milhões de euros, com um aumento de 6,4%, influenciados pela evolução positiva dos depósitos de clientes, que se expandiram em 5,9%.

Refira-se que a instituição financeira registou uma «melhoria dos indicadores de qualidade e de cobertura de crédito» com o rácio de crédito vencido a mais de 90 dias a baixar de 2,08% para 1,89% e o de crédito com incumprimento de 2,42% para 2,22%.

O grau de cobertura do crédito vencido a mais de 90 dias situou-se em 131,6%.

Os capitais próprios totalizaram 4,8 mil milhões de euros, «valor que não incorpora ainda o aumento de capital de 400 milhões de euros realizado em 1 de Agosto último», conclui o banco.