Segundo o «Jornal de Negócios», desde que o Banco Central Europeu (BCE) começou a aumentar os juros para a Zona Euro os indexantes dos empréstimos à habitação já duplicaram. Esta evolução tem dificultado a vida de muitas famílias que vêem o orçamento mensal reduzido.

Uma família que em Julho de 2005 tinha um empréstimo de 100 mil euro, a 30 anos, com um «spread» de 0,7 por cento e indexado à Euribor a seis meses pagava 411,27 euros por mês. Hoje, uma família com uma situação idêntica paga 585,99 euros, mais 175 euros mensais.

Para evitarem o incumprimento dos pagamentos pelas famílias, os bancos têm vindo a apresentar várias soluções. Ainda há duas semanas, a Caixa Geral de Depósitos lançou uma nova campanha de crédito à habitação com várias opções para tentar reduzir os encargos mensais das famílias com os empréstimos.

O primeiro passo é dirigir-se ao seu banco e renegociar as condições. Optar por pagar só juros durante alguns anos, deixar uma fatia do empréstimo para o fim do contrato ou aumentar o prazo do crédito são algumas das opções para reduzir as prestações. Mas no fim, todas elas se tornam mais caras , já que no final do empréstimo o valor total do banco é superior ao montante pago num contrato de crédito com menos tempo de vigência e com amortização de capital.

Alargamento do prazo de 30 para 50 anos

O «Jornal de Negócios» fez as contas e a opção do alargamento do prazo de contrato de 30 para 50 anos, tendo como referência o exemplo já referido, permite baixar a prestação de 75 euros, dos 585,99 euros para os 510,8 euros. mas no fim do crédito pagará mais quase 100 mil euros.

Optar por deixar para o fim do contrato 30% do capital, através de um diferimento, permite cortar cerca de 30 euros à prestação. Mas atenção que na última prestação terá que desembolsar mais de 30.000 euros de uma só vez. O crédito ficará 18.800 euros mais caro.

Já se escolher a carência de capital, nos primeiros anos paga só juros. Mas após o fim desse período, começa a amortizar capital, o que significa que terá de diluir o empréstimo por menos anos. Ou seja, no caso usado pelo «Jornal de Negócios», nos primeiros cinco anos paga uma prestação mensal de cerca de 480 euros, um valor que representa apenas juros. Nos restantes meses, e caso a Euribor não sofra alterações, pagará mais de 640 euros. A factura final do crédito também sobe. Paga mais 5%.

Estas opções acabam por surtir efeito no curto prazo, reduzindo o seu encargo mensal. Mas no fim todas acabam por se revelar mais vantajosas também para o banco, que no final recebe mais dinheiro pelos 100 mil euros concedidos.

Mas não tem que ter assim. Caso preveja uma subida ainda mais prolongada pode optar por uma taxa fixa, podendo até conseguir uma prestação inferior à que paga actualmente. Se tiver uma poupança pode amortizar o crédito.