«Este não é o caminho do futuro: dizer que não há dinheiro para os salários e depois observar que há dinheiro para socorrer os especuladores», afirmou Carvalho da Silva, citado pela agência «Lusa», em declarações aos jornalistas no final de um encontro com dirigentes do Bloco de Esquerda.
Classificando a actual crise financeira como «chocante», o secretário-geral da CGTP atribuiu ao «capitalismo neo-liberal» do «discurso dos sacrifícios» a responsabilidade da situação.
Por isso, continuou, é necessário «uma inversão em tudo», para acabar com todas as «políticas de mentira», que pedem austeridade e sacrifícios aos trabalhadores e cortam nos seus direitos.
«O dinheiro existe, mas só há disponibilização da riqueza para quem tem poder», criticou Carvalho da Silva.
Sobre o encontro com o Bloco de Esquerda, Carvalho da Silva adiantou que foi feita «uma reflexão sobre os problemas da economia», em especial no plano social e laboral.
«Ano após ano, são pedidos mais sacrifícios aos trabalhadores e não há qualquer retribuição, nem estes vêem o país se desenvolver», lamentou, afirmando que Portugal é o único país da União Europeia que nos anos de 2006, 2007 e 2008 teve um crescimento real dos salários de «zero».
«É necessário despertar a confiança dos trabalhadores», defendeu.
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