O Governo garante que vai cumprir a sua meta orçamental este ano. O défice ficará mesmo em 2,2 por cento, anunciou José Sócrates.

No debate mensal, que decorreu esta quarta-feira na Assembleia da República, o primeiro-ministro garantiu estar «em condições de afirmar que cumpriremos o nosso objectivo orçamental: este ano alcançaremos um défice de 2,2%».

«Uma vez mais, o valor mais baixo da democracia portuguesa», ressalvou o primeiro-ministro.

José Sócrates explicou que «Portugal realizou nos últimos anos um progresso muito significativo no equilíbrio das suas contas públicas», ganho que é «extremamente fundamental para a nossa credibilidade externa, para as empresas e para as famílias, e não pode ser agora desbaratado. Continuaremos, por isso, uma política séria, de rigor, agora numa conjuntura ainda mais complexa e exigente», sublinhou.

«Não vamos permitir que o país ande para trás»

Ainda assim, o primeiro-ministro garante que, mesmo na actual conjuntura, o Governo «não irá permitir que o país entre, de novo, num ciclo vicioso de incumprimento-correcção-incumprimento nas contas contas públicas». Isso seria, segundo José Sócrates «andar para trás e atraiçoar gravemente todo o esforço feito pelos portugueses ao longo dos últimos três anos. Mas iria também afastar-nos, por tempo, indeterminado, dos fundamentos sólidos para a recuperação e para a convergência».

É por isso que o Governo diz que só há um caminho a seguir: «O da responsabilidade», defende José Sócrates. Responsabilidade que passa por, no Orçamento de Estado de 2009, «manter uma política de rigor, com o necessário controlo da despesa pública e a contenção do défice orçamental, em condições adequadas às incertezas da actual conjuntura económica», garantiu.