Apesar da crise financeira que se vive, os portugueses continuam a comprar casas. Esta é a opinião do presidente do BPI, Fernando Ulrich, que alerta, no entanto, essa aquisição é feita com «mais cuidado» do que há dois anos atrás.

«As taxas de juro são mais elevadas, logo as decisões são mais criteriosas», alerta o responsável à margem do novo portal imobiliário BPI/Expresso.

«Não existiu em Portugal os exageros (crise no mercado imobiliário) que aconteceram nos outros países, como é o caso de Espanha. Mas é natural que a nossa economia, estando muito ligado ao mercado espanhol, seja afectada pelas más notícias», refere.

Renegociar crédito

O presidente do BPI garante que «todos os dias há procura de casas» e, em menor escala, uma tentativa de renegociar com os bancos os empréstimos, com vista a alargar o prazo de pagamento.

«O crédito malparado tem vindo a crescer muito pouco porque a economia portuguesa também não está a crescer muito e as instituições financeiras tornaram-se muito mais cautelosas na concessão de empréstimos», afirma Ulrich.

Recorde-se que o crédito malparado cresceu mais de 16 por cento em Abril deste ano, face ao homólogo, qualquer coisa como 356 milhões de euros, e atingiu um novo recorde nos 2.523 milhões de euros. De acordo com os dados revelados pelo Banco de Portugal no Boletim Estatístico, num mês, o crédito de cobrança duvidosa subiu 41 milhões de euros, ou 1,65%.