O nível de emprego da indústria brasileira caiu 5,2 por cento desde Outubro, na sequência dos efeitos da crise económica global, informou esta quinta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).

O estudo oficial indica que o número de despedimentos superou o de contratações de trabalhadores nas indústrias brasileiras, pelo quinto mês consecutivo, avançou a Lusa.

O número de trabalhadores do sector industrial diminuiu 1,3 por cento em Fevereiro, em relação a Janeiro, e 4,2 por cento na comparação com o mesmo período do ano passado.

A quebra em relação a Fevereiro de 2008 é a maior registada nesse tipo de comparação desde que o IBGE começou a divulgar o indicador, em 2001.

«Os indicadores negativos de emprego e do número de horas pagas em Fevereiro foram directamente influenciados por factores relacionados com a redução generalizada da actividade industrial, que vem afectando especialmente os ramos produtores de bens de consumo não perecíveis, intermediários e bens de capital», referiu o IBGE em comunicado.

A indústria é o sector mais afectado no Brasil pela crise económica global, que provocou quebra do consumo internacional por bens industrializados, produtos agrícolas e matérias-primas.

A forte quebra da actividade económica levou os analistas do mercado financeiro a reverem em baixa a projecção para o crescimento da economia brasileira este ano.

As projecções para o Produto Interno Bruto (PIB) passaram de um crescimento zero para uma contracção de 0,19 por cento, na sondagem divulgada pelo Banco Central do Brasil.

Caso seja confirmada a projecção dos analistas do mercado, será a maior contracção da economia brasileira, desde 1992.

No ano passado, apesar dos efeitos da crise global, nomeadamente no quarto trimestre, a economia brasileira acumulou um crescimento de 5,1 por cento, em relação a 2007.