A aprovação do Plano Paulson pela Câmara dos Representantes dos Estados Unidos é uma medida positiva, mas que por si só não é suficiente para resolver a crise financeira internacional, afirmam os especialistas contactados pela «Lusa».

«Este plano Paulson é unanimemente visto como necessário, mas está longe de ser suficiente. Ainda não se sabe de que forma será executado, afirmou o economista e professor universitário Jorge Braga de Macedo.

«O primeiro mercado de crédito a ser recuperado é o do crédito entre bancos», acrescentou, notando que o Plano Paulson «é útil, mas tem muitos defeitos», pois «não se pode separar a liquidez da solvência».

Acalma situação

Por sua vez, o economista Miguel Beleza considera que «a aprovação do Plano é uma medida positiva para acalmar a situação e devolver confiança aos mercados», mas a forma como será posto em prática é que será «decisiva».

«Por si só, o plano Paulson não é suficiente», acrescentou.

«Penso que era o que se previa. Não seria razoável continuar com estas picardias políticas quando a terra está a arder», afirmou, por sua vez, o economista e professor universitário João César das Neves.

«Não podemos saber se com o plano estão criadas as condições para a estabilização dos mercados, porque estas dependem da confiança, que é o mais fluido e volátil dos elementos do universo. Mas não há dúvida que se está a fazer tudo o que é humanamente possível para tal», disse ainda.

Reduzir turbulência



«Se o plano for aplicado com seriedade e rigor, com rapidez e eficácia, é bastante provável que reduza muita da turbulência, podendo acalmar as coisas como todos desejamos», concluiu o especialista.

A Casa dos Representantes dos Estados Unidos aprovou hoje o Plano Paulson, um conjunto de medidas que pretendem salvar o sector bancário norte-americano de um colapso que, segundo os especialistas, arrastaria a economia global para uma recessão.