A frota pesqueira portuguesa vai parar a partir de 30 de Maio e por tempo indeterminado, como forma de protesto contra o aumento do preço dos combustíveis. Uma paralisação que ameaça fazer escassear o peixe fresco nos mercados portugueses e fazê-lo chegar a preços proibitivos.

De acordo com o jornal «Público», desta quinta-feira, as lotas vão ficar vazias e os postos de revenda serão obrigados a procurar alternativas nas espécies importadas e nos congelados. E nem mesmo a vizinha Espanha nos pode servir de tábua de salvação, já que a frota do país vizinho vive os mesmos problemas e tem prevista uma paragem de actividade também para o próximo dia 30, explica o diário.

A paralisação, decidida quarta-feira numa reunião em Lisboa que juntou todas as associações de armadores e a federação dos sindicatos do sector da pesca, deverá abranger as mais de 7.000 embarcações registadas no continente.

António Miguel Cunha, presidente da Associação dos Armadores da Pesca Industrial, Adapi, espera uma adesão generalizada a este movimento de protesto, a exemplo do que aconteceu em França (ver caixa) e do que irá ocorrer em Espanha, também a partir de 30 de Maio. António Cunha diz que, no espaço de um ano, o preço dos combustíveis para a pesca aumentou 89 por cento.

Em resposta aos pedidos de ajuda do sector, o ministro da tutela, Jaime Silva, disse na Assembleia da República que agricultores e pescadores têm ajudas de 57 milhões de euros por ano para combustíveis. Argumentos que não convenceram os profissionais do ramo.

A despesa das embarcações com os combustíveis é superior a 30% dos custos da actividade pesqueira.