A concessão de crédito no Banco Espírito Santo (BES) vai desacelerar nos próximos meses.

A convicção foi manifestada por Ricardo Salgado, presidente executivo da instituição bancária, que falava na conferência de imprensa para apresentação de resultados do banco referentes ao primeiro trimestre.

De acordo com o presidente, não só se esperam menos pedidos de empréstimos, como o próprio banco está mais selectivo na concessão de empréstimos, como já era expectável.

Queda vai ajudar a equilibrar balanço

«Já estamos a sentir uma desaceleração (dos pedidos) e vamos sentir mais no segundo trimestre, dadas as medidas que tivemos que adoptar», explicou o presidente do BES, fazendo alusão ao apertar dos critérios de concessão que também têm resultado em aumentos dos spreads, admitiu, embora acrescentando que apesar de se fazer passar para o cliente o aumento dos custos que o banco tem em se financiar, a instituição também tem suportado esse acréscimo.

No primeiro trimestre deste ano, o crédito a clientes do BES cresceu 16,2 por cento, um aumento de 10,2% nos empréstimos concedidos a clientes e 19,9% às empresas. Já o total de recursos de clientes cresceu 12,5%.

Os recursos de balanço cresceram 20,9%.

O saldo final desta desaceleração que se espera, diz, ajuda ao equilíbrio do balanço do banco. «Procuramos equilibrar os recursos de clientes com o crédito concedido».

As acções do BES seguem a perder 0,44% para 12,19 euros.