Em declarações à agência Lusa, Pedro Coelho, explicou que o primeiro encontro com os sindicatos realizou-se na sexta-feira, devendo continuar num ritmo semanal, devendo o processo estar concluído antes do Verão.

O acordo de empresa a vigorar nos CTT data de 1981 e, embora tenha recebido pequenas alterações, necessita ser actualizado em várias áreas.

O vice-presidente da empresa e administrador com o pelouro dos recursos humanos define quatro questões essenciais na negociação do acordo, a flexibilidade, a mobilidade, a polivalência e a progressão na carreira.

«O que está em causa é o futuro da empresa», faz questão de salientar o responsável, apontando ser indispensável a sustentabilidade para que as pessoas dos CTT, tanto os activos, como os aposentados, num total de 52 mil, mantenham as condições de que usufruem e que os futuros funcionários possam «ter a mesma situação ou melhor».

«Pretendemos garantir as condições actuais em alguns aspectos, como o plano de saúde ou os aspectos ligados às obras sociais da empresa», acrescentou.

Pedro Coelho garantiu que a ideia subjacente à denúncia do acordo de empresa não é eliminar empregos ou rescindir contratos.

Embora não avance pormenores acerca da proposta que os CTT apresentam aos trabalhadores, Pedro Coelho refere que a mobilidade é um ponto fundamental na medida em que a empresa está em todo o país, mas salienta que «é tido em conta o respeito pela vida familiar» dos funcionários.

Quando questionado acerca da possível resistência dos sindicatos a esta questão, o responsável da empresa diz contar com «a inteligência e o espírito de dedicação da parte de todos».

Quanto à polivalência, «é um motivo de dignificação do trabalho [um funcionário] estar apto a fazer várias coisas».

A progressão automática nas carreiras, actualmente registada, «é injusta porque quem trabalha mais e melhor merece mais, tem de haver diferenciação», defende Pedro Coelho.

O responsável dos CTT acrescenta que «grande percentagem da progressão tem de ser por mérito, pela presença na empresa, pela dedicação».

Para conseguir concretizar estes pontos, os CTT retomam uma tradição, com o programa de formação intensivo, abrangendo todos os níveis hierárquicos.

Para 2006, o orçamento para formação atinge 3,9 milhões de euros, para 8.814 participantes e 140 mil horas, avançou o vice- presidente dos CTT.

Acerca do plano de saúde, «dos melhores como complemento do serviço nacional de saúde", a meta é "combater desperdícios e racionalizar» a actividade, sem implicar perda de direitos para os trabalhadores.