Os dois projectos hidroeléctricos de Pinhosão e Girabolhos que o Governo se prepara para lançar em concurso público esta tarde vão envolver investimentos entre 200 a 340 milhões de euros, de acordo com o documento a que a Agência Financeira teve acesso.

Este é o segundo concurso no âmbito do Plano Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico (PNBEPB). A sessão de lançamento vai ocorrer a partir das 15h30. Será feita a atribuição da concessão para captação de água para a produção de energia hidroeléctrica e concepção, construção, exploração e conservação de obras públicas dos respectivos projectos de Pinhosão, no rio Vouga, e de Girabolhos, no rio Mondego.

Segundo a AF apurou, estas duas novas barragens «vêm aumentar a capacidade de produção hídrica nacional em 149 MegaWatts (MW), ficando a faltar 217 MW para o objectivo do Governo de atingir 7 mil MW em 2020».

Recorde-se que este plano nacional envolve 10 barragens, a do Foz Tua foi atribuída à EDP e quatro (Pedroselos, Alto Tâmega, Daivões e Gouvães) foram lançadas a concurso no passado dia 1 de Abril, envolvendo entre 450 a 760 milhões de euros. Ficam assim a faltar três destes projectos.

Prazo de entrega das propostas termina a 17 de Junho

A Agência Financeira sabe ainda que o Governo pretende lançar em concurso público os restantes três aproveitamentos hídricos, previstos no PNBEPB, até ao final deste ano.

No entanto, todos estes projectos ainda vão demorar algum tempo para serem construídos. A previsão do Governo é de que se iniciem em 2010, para estarem prontos a partir de 2013 e até 2015.

O prazo de entrega das propostas para o Pinhosão e Girabolhos termina no próximo dia 17 de Junho e a concessão vai ser concedida por 65 anos. O critério para a adjudicação vai basear-se no maior montante que for oferecido, a acrescer ao valor base de 40 milhões de euros, apurou a AF.

De referir que a EDP e a Iberdrola já se afirmaram interessadas em avaliar todos estes projectos. O presidente da EDP, António Mexia, reafirmou no último concurso que vão estar «em todos». Fonte oficial da Iberdrola adiantou à AF, na altura, que «vão com certeza avaliar as condições e que tomaram uma decisão em momento oportuno». Já o presidente da Endesa Portugal, Nuno Ribeiro da Silva, tinha dito em Dezembro que aguardava as definições do concurso e que se deveria posicionar para concorrer à «maioria».