Os efeitos da crise do crédito vão prolongar-se pelo menos até os primeiros meses de 2009, com as restrições no acesso ao financiamento e o incumprimento de pagamentos a levarem ao abrandamento do crescimento e a várias limitações nos negócios em expansão. Esta é uma das principais conclusões do estudo «The Global Credit Crisis» realizado em 14 países e que entrevistou mais de 2.500 empresas de todo o mundo com o apoio do Grupo Atradius, que opera no mercado Ibérico através da Crédito y Caución.
Nos próximos 12 meses a crise vai sentir-se de forma mais significativa que em 2007.
Apenas 12% das empresas não prevê um abrandamento do crescimento. As piores perspectivas são do Reino Unido (5%), México (6%), Estados Unidos e Espanha (7%),
Itália (8%), França e Bélgica (9%).
Ainda de acordo com o estudo, um terço das empresas (36%) a nível mundial foram afectadas pela crise do crédito, sobretudo nos Estados Unidos da América (68%) e
México (60%). Na Europa, Itália (58%), Espanha (44%) e Reino Unido (46%) foram os mercados mais prejudicados e Suécia (7%) e Holanda (21%) as economias mais protegidas.
As empresas mexicanas, espanholas e italianas registaram as maiores reduções na capacidade de acesso ao crédito, tanto a curto como a longo prazo. Todas alteraram as políticas de extensão de pagamento e de crédito a clientes-em Espanha 42% das empresas, Itália 45%, EUA 50% e México 52%.
Os sectores que mais se retraíram foram o energético (51%) e os de bens de consumo e de construção (45%).
No caso espanhol, a preocupação com o aumento do incumprimento de pagamentos e dos custos do capital deve-se ao forte impacto que o sector da construção (um dos mais afectados e em desaceleração) tem na economia do país.
O seguro de crédito é, depois do pagamento antecipado ou do pedido de garantias, o sistema mais utilizado pelas empresas espanholas face a estes riscos. A nível global, 20% das empresas estão asseguradas. Em Espanha a percentagem alcança os 30%.
Portugal
4 jun 2008, 14:06
Efeitos da crise vão sentir-se até inícios de 2009
Sectores da energia, bens de consumo e construção são os que mais se viram afectados
MD
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