Agora, o pessimismo alastrou-se a todas as empresas que integram o principal índice português que já perdeu 2 mil milhões de euros em dois dias.

O PSI20 recua 2,25 por cento para os 12.947,50 pontos.

A crise no crédito hipotecário de alto risco que assola os EUA é cada vez mais evidente e parece já ter chegado à Europa, depois do Banco Central Europeu (BCE) ter colocado 94,8 mil milhões de euros no sistema financeiro, devido à escassez de liquidez no mercado.

A pressionar Lisboa estão sobretudo os três pesos pesados. A EDP cede 0,73% para 4,09 euros, a PT cai 1,80% para 9,82 euros e o BCP derrapa 3,40% para os 3,69 euros. As atenções não se vão desviar do maior banco privado português, pelo menos, até 27 de Agosto, data da próxima assembleia-geral (AG). Ontem, o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos veio dizer que desconhece qualquer intuito da Caixa Geral de Depósitos (CGD) suscitar uma terceira via no BCP e que só vai intervir nesta situação caso o BCP represente um risco financeiro.

No mesmo sector, o BPI perde 1,22% para 6,50 euros e o BES desliza 2,59% para 15,77 euros, depois de se saber que o banco incorre numa contra-ordenação por não ter avisado a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) dos direitos de voto que controla na SAD benfiquista. Ontem, foi comunicado que o banco detém 12,22% da sociedade encarnada, ou seja, quase todas as acções de Manuel Vilarinho.

Nem a Galp, depois de ontem ter anunciado mais uma descoberta de petróleo em Angola, consegue hoje regressar ao verde e segue a tropeçar 2,76% para 10,57 euros.

No resto da Europa, o sentimento é predominantemente negativo, com o DAX a perder 1,55%, o FTSE 2,99%, o IBEX 2,44% e o CAC 3,05%.

Nos EUA, as principais praças encerraram ontem em baixa muito forte e hoje prevê-se também uma abertura negativa, mesmo depois de ontem sido o pior dia do índice Dow Jones em 2007.