Teixeira dos Santos disse durante uma conferência conjunta com a Ministra da Economia, da Indústria e do Emprego de França, Christine Lagarde, que «as revisões são sempre uma forma de responder a algo que tememos que possa vir a acontecer».
Ou seja, o corte das previsões traduz o receio do ministro relativamente ao impacto que a crise internacional possa vir a ter na economia nacional.
O responsável pela pasta das Finanças, comentou ainda as declarações do presidente do Banco Central Europeu (BCE). Esta manhã, Jean-Claude Trichet afirmou não ser ainda certo que o pior da crise já tenha passado.
«Temos consciência dos desafios, pela situação que tem vindo a acontecer e também pela desaceleração do crescimento da economia americana. Mas temos de continuar a acompanhar os mercados e o impacto disso nas nossas economias», disse.
Teixeira dos Santos lembrou que «a Europa tem vindo a mostrar-se resiliente a esta crise, não se espera que o seu efeito na Europa seja tão forte como tem sido nos EUA e o facto de a economia europeia resistir dessa forma, é motivo de tranquilidade».
«A nossa economia (europeia) apresenta-se com maior robustez e as perspectivas agora tomadas vão ser importantes para resistir à conjuntura internacional», ressalvou.
O ministro das Finanças falou ainda sobre a subida do euro face ao dólar, garantindo que a questão da taxa de câmbio é uma matéria que os ministros (das Finanças da Zona Euro) têm vindo a considerar. «É importante que a taxa de câmbio do euro face a outras moedas reflicta o que são as reais condições das economias», adiantou.
Para o responsável, é importante «evitar a volatilidade excessiva das taxas de câmbio, o que prejudica as trocas comerciais. Com certeza que níveis elevados se traduzem em dificuldades e desafios acrescidos para o sector exportador».
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