Os armadores de pesca equacionam «despedir» as suas tripulações, estimadas entre 15 mil e 20 mil pescadores, se a paralisação geral, com início na sexta-feira se prolongar, de modo a beneficiarem do subsídio de desemprego, refere a «Lusa».

Em declarações à agência, o presidente da Associação de Armadores de Peniche (AMAP), Humberto Jorge, avançou que «as empresas não perdem muito (com a paralisação) porque já estão a ganhar pouco, mas as tripulações vão ser mais afectadas se a paragem for muito prolongada».

Para evitar que os pescadores fiquem sem vencimentos durante um período de tempo que pode ser longo, já que não há data para terminar a paralisação geral, os armadores colocam a hipótese de «despedir» as suas tripulações para que estas passem a uma situação de desemprego e recebam o respectivo subsídio.

Como é esperada uma adesão «total ou quase total» à paralisação, Humberto Jorge estima que possam ser abrangidos entre 15 mil e 20 mil pescadores.

«As empresas não querem continuar a trabalhar, a correr riscos e a não ganhar para cobrir os custos», defendeu o presidente da AMAP.

O sector das pescas decidiu avançar para uma paralisação com início na sexta-feira, mas sem data para terminar, como forma de protesto contra a ausência de apoios do Estado perante a subida acentuada dos combustíveis nos últimos meses.

O ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, Jaime Silva decidiu convocar as associações representativas do sector para uma reunião na quarta-feira.