Os trabalhadores com contratos a termo e os temporários são os primeiros a sofrer os efeitos da crise que está a afectar a economia a nível mundial, e, em particular, a indústria automóvel, a braços com quebras de produção e despedimentos em massa. Pedro Valente Almeida, presidente da AFIA (Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel) não tem dúvidas em afirmar que, até final do ano, o sector vai deixar de ter trabalhadores com contratos a prazo e «vão encerrar fábricas».
E a situação vai piorar no próximo ano. As estimativas da associação apontam que até final do primeiro semestre, o sector vá perder mais 12 mil postos de trabalho, realçando a AFIA que se tratam, unicamente, de trabalhadores com contratos sem termo, avança o «Diário de Notícias».
No global, o sector dos componentes dá emprego a 40 mil trabalhadores. A quebra de encomendas já provocou uma queda na produção da ordem dos 25%, percentagem que deverá subir muito em breve para 30% e, até final do ano, teme-se que a quebra aumente ainda mais. Ontem, a direcção da AFIA deslocou-se à Assembleia da República e traçou um futuro negro para o sector. A associação entregou um Plano de Contingência para fazer face à crise, que, segundo Pedro Valente Almeida, vai «agravar-se durante 2009», e estima que só em 2010 se assista à retoma.
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