A Reserva Federal norte-americana (Fed) deverá cortar a taxa directora em 1 ponto percentual, face aos actuais 3 por cento, na reunião de terça-feira, para tentar reanimar o mercado de crédito.
Vasco Balixa, da Ok2deal, disse que no curto prazo os mercados deverão continuar a cair porque o mercado já está a incorporar o corte de 1 por cento das taxas directoras.
Também João Lampreia, do Banco Big, adiantou que o mercado não recuperará ao mesmo nível das perdas verificadas, se a decisão da Fed for ao encontro das expectativas e cortar a taxa em 1 ponto percentual.
A confirmar-se esta redução da taxa, João Lampreia refere que é «um movimento com uma amplitude de que não há memória, o que prova os problemas que afectam a economia dos Estados Unidos».
Vasco Balixa considera, no entanto, que no médio e longo prazo vão surgir «excelentes oportunidades».
Bear Stearms poderá não ser caso isolado
Os analistas alertaram ainda para os receios que se vive no mercado, nomeadamente no sector financeiro, de que o caso da Bear Stearns não seja o único e que possam existir situações semelhantes.
O banco norte-americano JPMorgan Chase anunciou domingo a compra do banco de negócios Bear Stearns, ameaçado de falência, por apenas 236 milhões de dólares (cerca de 151 milhões de euros), atribuindo um valor de dois dólares a cada título.
O valor bolsista da Bear Stearns chegava aos 3,5 mil milhões de dólares (2,2 mil milhões de euros), na sexta-feira.
Os mercados nos Estados Unidos e Europa seguiam no vermelho, após a intervenção da Reserva Federal norte-americana que decidiu numa reunião de emergência domingo cortar a sua taxa de desconto.
A taxa de desconto-a taxa dos seus empréstimos às instituições financeiras-foi cortada em um quarto de ponto para 3,25 por cento.
O sector financeiro era o que mais penaliza os mercados ao cair mais de 4 por cento.
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