[Notícia actualizada às 14:40]

A quebra dos mercados accionistas e a crise financeira global gerou imparidades nas empresas de seguros na ordem dos 414 milhões de euros.

Apesar disso, a grande maioria dos operadores nacionais funciona com margens de solvência muito acima dos valores mínimos, defende o Instituto de Seguros de Portugal. No final de 2007, o nível era de 169 por cento. Em 2008, a taxa de cobertura da margem de solvência deve atingir um valor próximo dos 160%.

«Estruturalmente, o sector segurador continua a apresentar níveis muito confortáveis de solvabilidade. Para a manutenção destes níveis, contribuiu o reforço de fundos próprios de empresas, que rondou os 240 milhões de euros», disse o presidente do ISP, Fernando Nogueira, em audição esta quarta-feira no Parlamento.

Carros: o que pesa nas opções de compra?

Quase 800 mil têm seguro de saúde pago pelas empresas

Seguros dos carros: preços desceram 25%»

Os fundos próprios das empresas do ramo atingiram os 3,1 mil milhões de euros no fim de 2008.

«A maioria dos operadores vai apresentar resultados positivos. Globalmente, esse resultado será marginalmente positivo», disse ainda o presidente do ISP.

PPRs: comissões «exageradas e pouco transparentes»

Casa: como continuar a pagar ao banco se ficar desempregado

Ramo Vida cresce 18% em 2008

As empresas de seguros e fundos de pensões geriam um conjunto de activos na ordem dos 68 mil milhões de euros, no final de 2008.

A produção de seguros directos em Portugal ascendeu a 15,3 mil milhões de euros, ou seja mais 11,5% do que em 2007.

O ramo Vida cresceu 17,5% para 11.011.725 euros em 2008. Os Planos Poupança Reforma (PPR) representaram 22% da produção do ramo Vida, 77% da qual relativa a seguros com rendibilidade garantida.

Por outro lado, o ano que passou contou com uma quebra global nos ramos Não Vida de 1,3% para 4.324.056 euros.

Activos sob gestão recuam 10%

Com 20,2 mil milhões de euros de activos sob gestão, o sector segurador assistiu neste ponto a um recuo de 9,5% face a 2007.

As contribuições foram de 2,4 mil milhões de euros, ao passo que os activos pagos foram de 1,2 mil milhões de euros.

«À semelhança do verificado na maioria dos mercados europeus, o mercado segurador português mantém-se globalmente saudável e com capacidade para cumprir os compromissos assumidos», disse Fernando Nogueira.

Fundos de pensões: a dimensão dos efeitos da crise

O rumo da crise financeira está a preocupar o ISP, até pelos seus efeitos na economia real. Fernando Nogueira disse, já aos jornalistas, que, no que diz respeito aos fundos de pensões, pode haver activos que venham a precisar de novos planos de financiamento. No entanto, frisou ainda, trata-se para já apenas de um cenário hipotético.

Estes activos perderam 3,3 mil milhões de euros em 2008 e exigiram um esforço de contribuições na ordem dos 2,4 mil milhões de euros, mais do dobro do que em 2007.

À saída de uma audição no Parlamento, Fernando Nogueira acrescentou que o nível de solvabilidade dos fundos de pensões é bom na generalidade, mas admitiu ser possível que «em um ou outro caso, os níveis estejam abaixo dos 100 por cento».