«A proposta francesa de que os Estados devem adquirir acções de empresas europeias assim como as proteger dos investimentos de Estados estrangeiros vai contra os princípios da nossa política económica», disse o ministro da economia alemão, Michael Glos, ao jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung, numa entrevista a ser publicada quarta-feira, avança a «Lusa».
«A Alemanha continua aberta a capitais de todo o mundo», reiterou o ministro, em comentários hoje divulgados.
Glos recusou ainda a criação de um «governo económico» para a Zona Euro proposta pelo presidente francês Nicolas Sarkozy.
Segundo Sarkozy, perante uma crise de tão grandes proporções, «uma reunião com os ministros das Finanças não é suficiente».
«Não é possível a Zona Euro continuar sem identificar claramente um governo económico», disse Nicolas Sarkozy, presidente em exercício do Conselho Europeu.
O presidente francês sugeriu também hoje a criação de fundos soberanos europeus para investir em empresas europeias afectadas pela crise financeira, uma medida que pretende limitar a compra de acções das empresas europeias em dificuldades por parte de fundos soberanos de países em vias de desenvolvimento, aproveitando a «baixa de preços» e a necessidade de liquidez provocada pela actual crise financeira.
«Eu não queria ver os cidadãos europeus acordarem daqui a uns meses e descobrirem que uma companhia europeia pertence maioritariamente a investidores estrangeiros que compraram acções ao preço da chuva», afirmou.
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