Noventa e cinco mil e quatrocentos euros. É este o valor médio das casas vendidas entre Janeiro e Junho deste ano, o que representa uma subida média de 2300 euros face ao semestre correspondente de 2006, em que o valor médio rondava os 93,1 mil euros. O valor aumentou porque, durante os primeiros seis meses de 2007, os portugueses fizeram 73 711 contratos para compra de imóveis, que no seu conjunto envolveram um montante de 7,029 milhões de euros.
Os dados da Direcção-Geral do Tesouro mostram, por outro lado, que no primeiro semestre de 2006 foram compradas 79 937 casas por um valor global de 7,422 milhões de euros. Conjugados, estes números evidenciam que quem compra escolhe casas mais caras - com mais área, mais modernas, em zonas seleccionadas. Mas há mais. Esta tendência de comprar casas mais caras acentuou-se em 2007 do primeiro para o segundo trimestres. Uma tendência que, de algum modo, choca com o que seria de esperar num contexto de subida de taxas de juro, como aquele que se está a viver desde finais de 2005.
Entre os primeiro e o segundo trimestres deste ano há, no entanto, algumas diferenças face à comparação semestral. De Abril a Junho, o valor médio das casas subiu face aos três meses anteriores (de 94,5 mil euros para 96,1 mil euros), mas ao mesmo tempo verificou-se uma subida do número de contratos firmados (mais 2173) e, naturalmente, um acréscimo do montante de empréstimos - de 3,381 milhões para 3,647 milhões de euros.
Esta evolução não surpreende o presidente Associação dos Profissionais e das Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal, José Macedo, pois mostra que as casas estão mais caras e que quem as adquire é quem tem mais poder de compra. E que os que se podem dar ao luxo de escolher estão mais exigentes.
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