O cenário económico para 2009 não é animador e as paragens na produção na indústria automóvel deverão manter-se no próximo ano, refere o secretário-geral da Associação Automóvel de Portugal (ACAP), Hélder Pedro à Agência Financeira (AF).

A explicação, segundo o responsável, é simples: deve-se a uma quebra de vendas no sector e «inevitavelmente tem consequências ao nível da produção».

De acordo com o mesmo, estas paragens na produção representam uma adaptação da procura externa. «A indústria automóvel está muito dependente das exportações, como muitos mercados estão em recessão a procura cai, logo a produção tem de se adaptar», salienta.

Estas dificuldades das economias externas e da quebra das exportações, no entender de Hélder Pedro, deverá manter-se em 2009, «continuando a prejudicar a produção automóvel».



Recorde-se que, depois da Autoeuropa e da Renault, em Cacia, é a vez da fábrica da PSA Citroën, em Mangualde, suspender por 10 dias a actividade em Dezembro. A culpa, mais uma vez, é da quebra das encomendas devido à crise financeira que se vive.

Quebra de vendas mantém-se

Apesar de ainda não ter dados concretos em relação às vendas de Novembro, Hélder Pedro admite que se tem assistido a um maior arrefecimento este mês face a Outubro e, já nessa altura, verificou-se um decréscimo de 7%, tendo sido comercializados 19.203 veículos ligeiros, salienta à AF.

O responsável não se quis comprometer com valores, mas afasta as quebras de vendas apontadas esta quarta-feira por vários responsáveis de stands automóveis de todo o país e que apontava para uma descida de 20 a 50% nas vendas nos últimos meses, atribuídos sobretudo à cada vez mais difícil obtenção de crédito bancário.