Os números relativos à inflação divulgados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que revelam uma queda mensal de 0,6% nos preços e um abrandamento de três décimas na taxa homóloga, reflectem já algum efeito da descida da taxa normal de IVA de 21 para 20%, que entrou em vigor no início do mês passado.

Quem o diz é o ministro das Finanças. Fernando Teixeira dos Santos, que falava na conferência de imprensa a seguir ao Conselho de Ministros, admitiu que «este factor pode já ter tido influência», mas defendeu que o maior impacto ocorrerá apenas neste mês e no próximo.

O ministro citou uma simulação do INE, segundo a qual, caso todos os produtos com taxa normal de IVA reflectissem a descida do imposto no preço de venda, ao fim de três meses haveria uma redução de 0,4 pontos percentuais na taxa de inflação.

Mas, mais do que isto, os números do INE mostram a capacidade de a economia nacional «suster as tensões inflacionistas».

Portugal com a segunda taxa mais baixa da Zona Euro

Teixeira dos Santos sublinhou ainda que a descida da taxa de inflação subjacente, que mede a tendência dos preços, excluindo os alimentos transformados e a energia, mostra que «a economia portuguesa, contrariamente às outras economias europeias, não apresenta tensões inflacionistas fortes».

Neste momento, apontou o governante, Portugal tem a segunda taxa de inflação mais baixa da Zona Euro.