Depois de um ano 2007 «recorde» para o investimento directo em imobiliário a nível global, com volumes a crescerem 8 por cento anualmente para os 759 biliões de dólares, a Jones Lang LaSalle estima que os volumes globais de investimento imobiliário decresçam 30% em 2008, face aos resultados de 2007. A consultora divulgou esta segunda-feira as perspectivas para 2008 no seu relatório «Global Real State Capital».

Os mercados de investimento dos Continentes Europeu e Americano assistirão, concerteza, a um declínio nos volumes anuais e o mercado Asiático, embora mais resistente, não deverá registar os volumes atingidos em 2007.

A Jones Lang LaSalle identifica uma série de factores que poderão ser constrangimentos ao crescimento dos volumes de investimento em 2008: os compradores e vendedores estão a adoptar estratégias de «esperar para ver», os preços estiveram no pico em muitos mercados em 2007, um desencontro entre as expectativas de preços de compradores e vendedores, reduzida disponibilidade de crédito, critérios de financiamentos mais restritos e maiores custos de financiamento, reduzida disponibilidade e capacidade de transaccionar activos de maior dimensão; um leque mais reduzido de investidores e processos de «due dilligence» mais rigorosos, o que conduz a processos de transacção mais alargados.

Investimento na Europa regista acréscimo

Segundo o estudo, o investimento directo em imobiliário na Europa totalizou os 333 biliões de dólares em 2007, um acréscimo de 3,5% face a 2006. Contudo, na equivalência com o euro, os volumes caíram 4% face a 2006. No segundo semestre de 2007, normalmente um período de maior actividade, os volumes de investimento estiveram 5% abaixo do semestre anterior.

Os investidores estrangeiros continuaram a dominar a actividade, com 63% dos volumes transaccionados na Europa, embora apenas marginalmente acima do ano anterior. Com 70%, a Alemanha registou a mais elevada percentagem de actividade internacional, à frente do Reino Unido, que representou apenas 50% da actividade total. A França. Suécia e a Espanha registaram, igualmente uma forte presença de investimento estrangeiro. Em contraste, uma série de mercados europeus de menor dimensão foram alvo de níveis mais elevados de investimento doméstico, nomeadamente a Noruega (97%), a Irlanda (95%) e Portugal (77%). O investimento inter-continental totalizou os 116 biliões de dólares em 2007, equivalente a 35% do total da actividade, comparada com os 39% registados no ano anterior.

Continente Americano a Ásia-Pacífico com bom desempenho

O investimento directo em imobiliário no Continente Americano ascendeu a 304 biliões de dólares em 2007, cerca de 8% acima de 2006. Os volumes transaccionados no segundo semestre do ano estiveram, contudo, 23% abaixo do primeiro semestre, devido a uma queda significativa nos volumes transaccionados nos EUA no último trimestre do ano. O mercado norte-americano, que contabilizou 93% dos volumes movimentados no Continente Americano, registou um crescimento de 4% face ao ano anterior.

A região Ásia-Pacifico registou um crescimento notável nos dois semestres de 2007. Apesar da viragem em alguns dos principais mercados imobiliários na segunda metade do ano, e dos efeitos do enfraquecimento do dólar, os fluxos de capital continuaram a surgir nesta região. O investimento directo em imobiliário alcançou os 121 biliões de dólares em 2007, mais 27% do que em 2006, incrementando a quota da região (agora em 16%) no volume global.