O economista João César das Neves adiantou que «em princípio não há um efeito muito dramático» para os bancos portugueses, já que se trata da falência de uma instituição dos EUA.
Também o ex-ministro das Finanças, Miguel Beleza, considerou não ser de esperar repercussões na banca portuguesa.
Para o professor da Universidade Católica, esta é mais «uma réplica do terramoto» que atingiu os mercados financeiros há um ano atrás, quando rebentou a crise do crédito hipotecário nos EUA.
«É difícil prever as consequências», disse o ex-conselheiro de Cavaco Silva, desdramatizando o impacto na banca nacional mas antecipando, porém, que a economia portuguesa pode ser afectada ao nível da confiança geral, já que é «sensível a este ambiente geral».
Também hoje, o ministro das Finanças considerou que a confiança dos agentes económicos sai penalizada pela instabilidade dos agentes económicos.
Sem surpresas
Miguel Beleza, ex-ministro das Finanças de Cavaco Silva, afirmou que a falência do quarto maior banco dos EUA «não é uma surpresa» e que já foi descontado pelo mercado.
Beleza afastou a possibilidade de um efeito dominó da Lehman Brothers no sistema financeiro, em resultado da falência daquele banco.
A Lehman Brothers vai hoje apresentar a declaração de falência na Câmara de Falências de Nova Iorque, depois de perdas de cerca de 3,9 mil milhões de dólares (2,7 mil milhões de euros) no terceiro trimestre do ano, devido a depreciações nos seus activos devido à crise no mercado imobiliário.
A declaração de falência segue-se às tentativas falhadas do Lehman Brothers de encontrar um comprador, após o Barclays, o último banco interessado, se ter retirado da corrida no domingo.
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