Em tempo de crise, com cada vez mais portugueses a não conseguirem pagar o seu empréstimo à habitação, cresce o número de imóveis leiloados pelos bancos, que tentam, assim, recuperar parte dos créditos malparados. Imóveis vendidos cerca de 30% abaixo do valor do mercado são um bem apetecível para um universo crescente de novos investidores. A maioria das pessoas que comparecem a estes leilões, na verdade, não procuram uma casa para habitar a um preço competitivo: compram antes para remodelar e depois vender. Procuram fazer um bom negócio. E há até já quem faça disso a sua «profissão», avança o «Diário de Notícias».

No leilão que este sábado juntou várias dezenas de potenciais compradores num hotel de Vila Nova de Gaia estiveram disponíveis para venda 92 lotes, sendo que 75 correspondiam a apartamentos, e os restantes a garagens, lojas, terrenos ou escritórios. Imóveis distribuídos pelos distritos de Braga, Porto e Aveiro, propriedade da Caixa Geral de Depósitos, que solicitou os serviços da leiloeira Luso-Roux, entidade que desde 1999 realiza leilões públicos, mas que desde 2004 se especializou na venda de imóveis provenientes da Banca.

Eram 15h35 quando o leilão arrancou, não sem antes o organizador explicar minuciosamente como se processariam as licitações e as restantes condições gerais da venda. Ficamos a saber que todas os inscritos como potenciais licitantes tiveram de entregar um cheque-caução no valor de 1750 euros, que seria devolvido no fim, caso não fizessem nenhuma licitação, ou após prova de já terem realizado o contrato promessa de compra e venda, que as licitações se processariam de 500 em 500 euros e que depois de encerrado o leilão, os imóveis que não fossem vendidos sofreriam um agravamento no preço de 5% para a venda seguinte. E que as escrituras seriam feitas no prazo de 60 dias.