«Este é o momento certo para avançar com medidas concretas nesta área, promovendo uma maior transparência destes centros e, acima de tudo, trazendo-os para dentro do perímetro de regulação e supervisão, de forma a que as transacções neles efectuadas obedeça aos standards prudenciais adequados, sob pena de termos que avançar com medidas que evitem o acesso das nossas instituições financeiras a veículos aí sedeados», afirmou o ministro das Finanças num jantar organizado pela Câmara luso-alemã, decorrente da assembleia-geral da mesma.
O responsável vai mais longe e diz mesmo que a Europa tem que dar o exemplo nesta matéria. «Se não forem tomadas a nível global, deverá a Europa ser pioneira», disse.
Para Teixeira dos Santos, o tema das offshores é importante neste contexto de crise, por se dever seguir um caminho de «combate aos não cooperantes e não transparentes, nomeadamente pelos riscos que representam para a estabilidade financeira». «O mundo financeiro estaria bem melhor sem esta realidade», rematou.
Nenhum produto, instituição, nem mercado financeiro fora do radar da regulação
O responsável pretende, em geral, «melhorar a avaliação e gestão de risco, aumentar a transparência dos produtos, das instituições e dos mercados financeiros e melhorar o governo societário, eliminando incentivos perversos que conduzam a exposições excessivas ao risco».
«Acima de tudo, há que garantir que nenhum produto, nenhuma instituição, nenhum mercado financeiro com relevância sistémica fique fora do radar da regulação e da supervisão», resumiu.
O ministro das Finanças garante ainda que o seu Governo vai assegurar a abertura dos mercados e evitar «todo o tipo de medidas proteccionistas» como forma de recuperação económica.
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