Vinte cinco dos 30 economistas do painel da France Presse/Thomson Financial News e todos os 54 do painel da Bloomberg acreditam que não haverá mudanças no preço do dinheiro na reunião do conselho de governadores desta semana, com o preço do dinheiro do dinheiro a manter-se em mínimos de seis anos, avança a «Lusa».
Os analistas ouvidos pela agência são da mesma opinião.
A inflação acima dos 2% e o crescimento a ritmos elevados da massa monetária e do crédito justificam a manutenção das taxas de juro, disse Teresa Gil Pinheiro, analista do BPI.
«Existem sinais de arrefecimento, mas não são muito pronunciados», acrescentou a mesma especialista, numa altura em que a economia europeia continua a crescer próximo do seu nível potencial.
José Maria Brandão de Brito, economista do BCP, tem uma opinião diferente, pois entende que «há uma clara deterioração da actividade», pelo que o BCE deverá preparar os investidores para uma descida das taxas entre Março e Junho.
É provável que o BCE continue a focar o seu discurso nas pressões inflacionistas e a sublinhar os riscos descendentes para o crescimento económico, afirmou Tiago Lavrador, analista do BES.
Na quinta-feira o BCE deverá anunciar ainda uma revisão em baixa das suas previsões de crescimento económico e uma revisão em alta das previsões para a inflação, segundo a maioria dos analistas.
A Zona Euro deverá crescer entre 1,6 e 1,8% em 2008, abaixo dos 2% previstos actualmente, segundo os analistas.
A maioria dos especialistas espera que a partir de meados do ano o BCE possa descer as taxas de juro, com a taxa de referência a baixar até aos 3,5% até ao final do ano.
Enquanto a Fed e o Banco de Inglaterra já baixaram as taxas de juro por entenderem que a agitação nos mercados financeiros e de crédito se está a transformar num abrandamento económico, o BCE ainda não parece acreditar nisso, mostrando-se mais preocupado com a inflação.
A próxima reunião do BCE está agendada para 10 de Abril.
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