A comissão organizadora do protesto dos transportadores rodoviários de mercadorias admitiu esta quarta-feira chegar a acordo com o governo nas próximas horas e desbloquear a paralisação do sector, disse o porta-voz dessa comissão, António Loios.

À margem das negociações que estão a decorrer entre o governo e a ANTRAM, o ministro Mário Lino recebeu hoje três elementos da comissão que está a organizar o protesto dos transportadores rodoviários de mercadoria, avança a «Lusa».

Após esse encontro, António Loios disse aos jornalistas que o governo mostrou estar sensível aos problemas do sector, adoptando «uma atitude responsável» perante as questões em causa.

As reivindicações dessa comissão incluem a criação do gasóleo profissional, com equiparação de preços Portugal/Espanha, a diferenciação positiva fiscal, ajudas de custo e o incentivo à renovação das frotas.

«A reunião foi produtiva e queremos acreditar que as negociações terão um desfecho agradável até ao fim do dia porque, seguramente, nas próximas horas chegaremos a acordo», afirmou António Loios.

Relativamente ao gasóleo profissional, o porta-voz considera ser um ponto importante nas reivindicações, mas lembra que há outras reivindicações em cima da mesa que os transportadores estão dispostos a negociar.

«Se o governo for de boa fé, seguramente as coisas vão ser resolvidas hoje», acrescentou.

As empresas de transportes rodoviários de mercadorias que não se revêem na ANTRAM estão paralisados desde segunda-feira, impedindo a circulação de muitos camiões pelas estradas portugueses, cujas consequências ao nível do abastecimento estão já a fazer-se sentir nalguns postos de abastecimento de combustíveis e supermercados.

A paralisação começou às 00:00 de segunda-feira, visando a imobilização de viaturas de mercadorias ou a realização de marchas lentas.

O protesto contra o aumento do preço dos combustíveis não conta com o apoio da direcção da Associação Nacional dos Transportes Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM), que argumenta que as «negociações com o Governo ainda não estão esgotadas».