«Aperta!»

«Não sai!»

Isto. Com Jesus aos gritos na linha lateral – sim, que isso da ‘zona técnica’ sabemos que nunca prendeu o técnico.

Se uma das imagens de marca de Jorge Jesus quando chegou ao Benfica pela primeira vez foi a pressão alta que passou a ser a imagem de marca de uma equipa que queria ter bola e que quando a perdia, não descansava enquanto não a recuperasse.

Ora, e essa volta a ser a primeira ideia forte que fica deste Benfica, novamente com Jorge Jesus. Pelo menos a avaliar pelo primeiro jogo aberto aos jornalistas, que resultou na vitória por 2-1 sobre o Bournemouth.

Pressão. Pressão. Pressão.

Na primeira parte do particular com o Bournemouth, neste domingo, na Luz, sempre que se viu Jesus aos pulos e se lhe ouviram os gritos, era essa a preocupação do técnico.

Esta águia, mais do que pressionar, vai querer sufocar o adversário quando não tiver bola.

E para já, é assim que parece respirar melhor. Porque a defesa ainda parece tremer mais do que o Jesus certamente desejará.

Neste teste com os cherries, que na época passada desceram da Premier League, o Benfica passou a maior parte do tempo no meio-campo ofensivo. Ora em ataque, ora… em pressão, pois claro.

Caso fosse preciso apontar um motor dessa pressão, ele é claro: Adel Taarabt.

Que energia!

O jogador marroquino está em todas. Muito bem na pressão, mantendo uma segurança incrível tanto em espaços curtos, como no passe longo.

E ainda acrescentou a isso um golaço logo ao minuto 14, com um tiro de muito longe, de pé esquerdo, a materializar uma boa entrada em jogo do Benfica.

Só que logo a seguir, a equipa adormeceu um pouco e sofreu, depois de dar demasiado espaço na área a Arnaut Danjuma, que atirou em arco sem dar hipótese de defesa a Vlachodimos.

Mas depois voltou a pressão alta. Que desta feita surgiu sob forma de novo golo. Mais um golaço, diga-se.

Everton recebeu descaído para a esquerda, procurou o espaço no meio e rematou em arco para fazer o 2-1 ao minuto 21.

Everton que pouco antes já tinha marcado de fora da área, mas que viu dessa vez o golo ser anulado por uma falta assinalada a favor das águias instantes antes de a bola entrar na baliza de Begovic.

O segundo golo deu tranquilidade à equipa. Mas uma tranquilidade feita de muito suor. Porque se na época passada o Benfica mostrava dificuldade em gerir o jogo quando estava em vantagem, neste jogo isso foi diferente.

Porque, reforçamos, quando perde a bola, este Benfica sufoca até a recuperar.

Ainda falta muito à equipa: além da maior tranquilidade quando tem de defender mais perto da baliza, percebe-se que há facilidade em chegar ao último terço, mas ainda há pouca baliza.

Talvez por isso, seja no ataque que Jesus mais desespera por reforços.

E diríamos que é capaz de fazer pressão alta para conseguir o que pretende...