O Rio Ave carimbou esta quinta-feira a passagem à final da Taça de Portugal ao vencer em casa o Sp. Braga num jogo quente e cheio de incidências. Ânimos inflamados dos adeptos, relvado em muito mau estado e erros de arbitragem marcaram o jogo que deu aos vilacondenses o acesso à segunda final da sua história (a outra foi a final da Taça de Portugarl em 83/84).

Com o vento a favor, a equipa da casa entrou melhor no jogo. Os laterais, Lionn e Edimar subiam bem, e Ukra, esteve perigosíssimo no corredor esquerdo, a fazer cruzamentos assassinos para a área.

Na primeira meia hora, o Sp. Braga quase chegou junto à baliza de Ederson. A primeira vez que o fez, aos 25 minutos, foi no lance em que houve o primeiro erro de arbitragem. Rusescu a subir pela direita, a rematar cruzado. Marcelo primeiro a defender com a perna, mas depois a bola a ir direita ao braço do jogador do Rio Ave, impedindo assim que entrasse na baliza. O árbitro assinalou apenas pontapé de canto.

O Sp. Braga subiu de rendimento atacante, em muito por causa de Rusescu, que esteve endiabrado. Aparecia pelo flanco direito, esquerdo e pelo corredor central, mas ainda sem conseguir bater o guarda-redes do Rio Ave.

E depois, a cinco minutos do fim, o jogo mudou. Aos 40 minutos, o árbitro assinala penálti para o Rio Ave num lance de Santos com Braga. A repetição mostra que o árbitro foi enganado pelo ângulo do lance, já que o defesa do Sp. Braga não toca no avançado do Rio Ave. Santos foi expulso e Hassan converteu a grande penalidade, abrindo o marcador.

Mas ainda antes do intervalo, após um livre irrepreensível de Rusescu, que Ederson defendeu para a frente, Custódio apareceu para a recarga e fez o empate.

Com menos um jogador, mas a favor do vento, o Sp. Braga entrou na segunda parte a tentar repetir o feito do ano passado, em que venceu o troféu, e marcar, pelo menos, presença na final. Mas não surtiram efeito algumas tentativas de ataque bracarense e aos 66 minutos, mais um penálti que ficou por assinalar na área do Rio Ave. Novamente Marcelo a tocar a bola com a mão, e o árbitro a não assinalar.

A seguir, em mais um excelente trabalho de Ukra no corredor direito, aos 75 minutos, o avançado do Rio Ave cruzou para a área, onde Braga apareceu para um remate de primeira e marcou um golaço, que colocou a equipa da casa novamente em vantagem.

Repetia-se o karma de Braga marcar às equipas de Jesualdo Ferreira. Depois de ter bisado em 2008 no jogo em que o Leixões venceu o FC Porto, então treinado pelo atual treinador do Sp. Braga, volta agora a fazer mossa nas aspirações do treinador português.

Ainda faltavam 15 minutos, mas, com um jogador a mais, em casa, o Rio Ave não viria a deixar fugir esta vitória. Saíram cabisbaixos os jogadores do Sp. Braga, fez-se festa em Vila do Conde. A final, essa, já ninguém lhes tira.