O Governo e os sindicatos da Função Pública iniciam esta terça-feira as negociações salariais para 2008, depois do primeiro-ministro ter garantido que o Executivo tudo fará para que os funcionários públicos não percam poder de compra, já que, disse, estes trabalhadores estiveram na «linha da frente» do esforço de consolidação orçamental.

Apesar de tudo, partem já para as negociações com uma grande divergência. O Governo propõe 2,1 por cento, em linha com a inflação prevista, e que permitirá ao funcionários públicos não perderem poder de compra no próximo ano. Os sindicatos querem mais.

O valor de 2,1 por cento fica aquém das propostas apresentadas pelos sindicatos da Função Pública que variam entre os 3,5 por cento, do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), e os 5,8 por cento, da Frente Comum, que exige também a garantia de que nenhum trabalhador tenha um aumento inferior a 50 euros. A Frente Sindical da Administração Pública (FESAP) reivindicou aumentos salariais de 3,8 por cento para o próximo ano.

De acordo com a proposta de Orçamento de Estado, apresentada sexta-feira, as despesas com pessoal totalizam 20,8 mil milhões de euros, na óptica de contabilidade nacional.

Esta verba, que inclui os salários dos funcionários públicos, não integra os aumentos salariais nem os prémios por desempenho previstos para 2008. Essas despesas são financiadas pela dotação provisional que tem um montante de 600 milhões de euros.

Recorde-se, no entanto, que a tabela salarial da Função Pública teve uma actualização de 1,5 por cento nos últimos dois anos.

A primeira estrutura sindical é ser recebida no Ministério das Finanças é a Frente Comum (09:30), seguido-se a FESAP (11:00) e o STE (15:00).