Daniel Ramos, treinador do Santa Clara, considera que a mudança no comando da equipa técnica do Farense vai dificultar o trabalho da equipa açoriana no encontro da 17.ª jornada da Liga marcado para a próxima quinta-feira.

«Dificulta-nos um pouco mais, porque a entrada de um treinador pode trazer sempre algo de diferente e temos de estar atentos a esta diferença e deixamos de ter uma base tão credível daquilo que foi o Farense nos últimos jogos», declarou Daniel Ramos na antevisão do jogo que abre a próxima jornada.

O Santa Clara desloca-se a Faro, num jogo em que os algarvios já não serão orientados por Sérgio Vieira, com Jorge Costa, que anunciou a saída dos romenos do Gaz Metan, a perfilar-se como o mais provável substituto.

Para o treinador dos açorianos, Jorge Costa trará motivação aos jogadores e vai, «provavelmente, modificar alguma coisa» na maneira de jogar do Farense.

«Quem entra traz sempre a possibilidade de outros jogadores, que às vezes estão meio adormecidos, poderem ser opção», assinalou.

Daniel Ramos afirmou que a equipa está preparada para os «vários cenários», mas realçou que a «prioridade» é a «maneira de atuar» do Santa Clara.

«A prioridade aqui é o nós. Aquilo que nós temos de fazer, aquilo que nós temos de colocar em campo, a nossa forma de atuar, os nossos comportamentos, as nossas dinâmicas ofensivas e defensivas», assinalou.

O técnico destacou que a equipa pretende continuar o ciclo positivo, depois de ter somado duas vitórias no campeonato nos últimos dois jogos, diante de Rio Ave (2-1) e do Belenenses SAD (2-0).

«Queremos ganhar o terceiro jogo consecutivo, vamos ter de ser muito competentes para isso e sinto que o grupo de trabalho está muito focado, está muito determinado a continuar a dar uma sequência positiva», afirmou.

Já o Farense é o lanterna-vermelha do campeonato e vem de duas derrotas nas últimas duas jornadas, frente a Tondela (2-0) e FC Porto (1-0).

O Santa Clara jogou na segunda-feira com o Belenenses, joga na quinta-feira com o Farense e na segunda-feira com o Marítimo. O treinador reconheceu que «não é fácil» preparar a equipa para vários jogos num curto espaço de tempo.

«Temos uma contrariedade que são as viagens. Não são só os jogos, são as viagens e o que isso acarreta para nós. E a maior dificuldade, a grande dificuldade, para além da recuperação, é dosear aquilo que se treina», apontou.

Daniel Ramos defendeu que o calendário poderia ter sido desenhado de outra maneira, de forma a «dispersar» mais os jogos ao longo da época.

«Quanto a mim, escusado era haver uma sequência tão grande de jogos e dispersar isso mais ao longo do campeonato. Sacrificar uma ou outra semana, mas não condensar tanto os jogos, como está a acontecer, neste mês de janeiro e fevereiro», disse ainda.