Os aditivos alimentares (vulgarmente conhecidos como «Es») definem-se como substâncias que normalmente não são consumidas como alimentos e que adicionamos intencionalmente aos alimentos para modificar algumas das suas características (cor, sabor, conservação, etc.).

Ao falar de aditivos alimentares, o alarme subconsciente de muitos consumidores pode não dar qualquer sinal de vida. Mas se falarmos de «Es», o alarme já tem alguma probabilidade de ¿disparar¿. Na realidade, estamos a falar exactamente da mesma coisa, pois os ditos «Es» são apenas um código atribuído aos aditivos alimentares.

Mesmo sabendo que os «Es» são códigos de aditivos, a simbologia que lhes é atribuída faz com que continuem a causar alarme. Façamos um teste hipotético à sua percepção. Suponha que tem à sua frente uma lata de creme de legumes na qual se indica a presença de E101, E300, E140, E160a e E330. Seria capaz de comer a sopa? E se eu lhe dissesse que estes compostos podem ser encontrados numa salada? Comeria a salada? A verdade é que o E101 é riboflavina (vitamina B2), o E300 é ácido ascórbico (vitamina C), o E140 é clorofila, o E160a é um beta-caroteno (precursor da vitamina A) e o E330 é ácido cítrico (muito vulgar na Natureza).

A classifi cação dos aditivos faz-se tendo em conta a função que desempenham no alimento a que são adicionados. Os E100 a E199 são corantes, os E200 a E 299 são conservantes, e assim sucessivamente. Os corantes acentuam ou alteram a cor do alimento, os conservantes prolongam a duração do alimento e impedem o crescimento de microorganismos indesejáveis, os antioxidantes impedem a oxidação do alimento, os aditivos de textura alteram a consistência e a textura dos alimentos e os edulcorantes dão sabor doce aos alimentos. Existem ainda aditivos com outras funções, como os intensificadores de sabor ou os antiaglomerantes.

Passemos agora às questões mais relacionadas com a segurança e com a razão do ¿pânico¿ que se gerou em volta dos aditivos. Importa referir que, embora não seja muito comum, algumas pessoas podem ter reacções adversas a certos aditivos. Também é de referir que certos aditivos já foram reavaliados, tendo-se confirmado segurança na maior parte dos casos, embora alguns tenham sido proibidos. Existem ainda aditivos que podem ter efeitos adversos na saúde, mas que ¿ pela sua utilidade - são permitidos.

Exemplo disso são os nitratos e nitritos (comummente adicionados a enchidos e fumados) que não são propriamente saudáveis, mas que são necessários pois impedem o crescimento de uma bactéria perigosa chamada clostridium botulinum, responsável pelo botulismo alimentar. É importante referir estas advertências e «excepções à regra», mas não devemos desenquadrá-las das evidências científicas e generalizá-las a todos os aditivos.

Nota: Por vontade da autora, este texto não segue as regras do novo acordo ortográfico.