Atualmente, a medicina estética deixou de ser uma área reservada exclusivamente a uma pequena franja da sociedade, passando a ser cada vez mais acessível a todos os que procuram uma mudança na forma como se veem e na forma como se apresentam aos outros.

Uma das áreas que refletem melhor a democratização da estética é a medicina dentária, que ao longo dos anos passou de uma área exclusivamente médica, onde o objetivo era o tratamento de uma doença, para um conceito multidisciplinar em que o resultado estético é determinante.

As pessoas em geral têm hoje maiores exigências e sabem concretamente o que querem mudar ou melhorar quando nos procuram. Por outro lado, com a evolução dos materiais dentários e da tecnologia, as expectativas em relação aos resultados em medicina dentária são cada vez mais elevadas. Daí que a articulação entre a medicina dentária e a área da medicina estética seja uma realidade cada vez mais frequente.

Um sorriso agradável é aquele em que o tamanho, a forma, a posição e a cor dos dentes estão em harmonia com os tecidos circundantes e a simetria é mantida. Para a perceção da estética de um sorriso, a dentição é apenas parte de um todo, em que o tecido gengival, o espaço intermaxilar, os lábios e, finalmente, a face assumem um papel relevante. Com o envelhecimento, a derme perde espessura devido à redução das fibras elásticas e do colagénio. Essas alterações são também responsáveis pelo enrugamento, apesar de os grandes sulcos poderem decorrer também da resposta do organismo ao meio envolvente, como o frio, o calor e a exposição solar.

A reabilitação oral é muitas vezes o momento de viragem no que diz respeito à preocupação do indivíduo face à sua aparência, sendo impulsionadora de mudanças de hábitos e geradora de autoestima. Com o intuito de atenuar as marcas do tempo, cada vez mais pessoas recorrem a novas soluções no âmbito da medicina estética, sendo a região peri-oral (em redor da boca) um dos principais alvos destes tratamentos.

Com o aparecimento dos materiais de preenchimento usados na cirurgia estética é possível alterar a aparência das zonas peri-orais sem recorrer à cirurgia dita convencional. Tratamentos com injetáveis têm sido vastamente utilizados em preenchimento labial, uma vez que permitem a obtenção de resultados praticamente imediatos (de 30 minutos a duas horas), sem as complicações subjacentes a uma intervenção cirúrgica. Os tipos de injetáveis mais utilizados são o ácido hialurónico, a hidroxiapatite e o colagénio, que são infiltrados diretamente nas rugas para preenchimentos peri-labiais, peri-oculares, nos lábios e no contorno mandibular, que teima em ser o primeiro a descair depois dos 40 anos. Estes procedimentos podem não recorrer à anestesia e os materiais utilizados são absorvidos pelo organismo, variando a sua duração de semanas a meses. Esta característica é vantajosa, uma vez que para o paciente é sempre uma possibilidade reversível.

Em alguns casos, nomeadamente no combate ao envelhecimento facial, pode ser necessário recorrer a cirurgia plástica propriamente dita, como os liftings faciais, temporais, cervicais, as blefaroplastias (redução das pálpebras) e as mentoplastias (redução do queixo).

Tratamentos com infravermelhos, radiofrequência, luz pulsada e laser podem também ser utilizados com a finalidade de melhorar o contorno, a flacidez, as manchas, as rugas superficiais e as cicatrizes de acne. Por fi m, o tratamento com injeção de toxina botulínica (Botox) é amplamente usado com o objetivo de paralisar os músculos que provocam as rugas da testa e os pés de galinha, enquanto injeções de ácido poli-L-láctico em pontos estratégicos da face visam estimular o colagénio e a elastina a formar uma rede de sustentação de toda a pele da face, contrariando a flacidez e evitando que as convexidades se transformem em concavidades.

Para que um plano de tratamento resulte plenamente, terá de ser elaborado por uma equipa multidisciplinar.