Dieta, ao contrário do que muitas pessoas pensam, não é uma forma de nos alimentarmos para ganhar ou perder peso. Dieta é tudo aquilo que está incluído na nossa alimentação diária, e pode ser tanto uma boa dieta como uma má dieta. O resto deve ser mais rigorosamente denominado regime de emagrecimento, ou regime para aumento de peso.

Muito se fala de boa alimentação, de dietas saudáveis, da roda dos alimentos, mas a verdade é que uma dieta saudável é aquela que nos ajuda a manter ou a melhorar o nosso nível de saúde.

Como sempre, reforço uma frase que utilizo há muitos anos sem me cansar: somos o que comemos. Se comemos bem somos saudáveis, se comemos mal somos fracos e doentes. Podemos ser gordos, disso não haja dúvidas, porque ser fraco não signifi ca ser magro, mas sim ter uma saúde debilitada e frágil, condicionada por doenças e riscos de saúde como a obesidade, o colesterol elevado, a hipertensão, a diabetes, as doenças cardíacas e cardiovasculares e até o cancro. A dieta saudável é importante para a prevenção de muitos destes riscos.

Mas o que é, afi nal, uma dieta saudável? Nada mais do que consumirmos as quantidades corretas de nutrientes e de água, que permitem ao nosso organismo, como um todo, ou seja, corpo e mente, funcionar na sua melhor forma possível. Basicamente, é o princípio que se aplica à Nutrição Ortomolecular, que pratico há mais de 25 anos: é alimentar corretamente as nossas células, porque em última análise é precisamente isso que somos, um conjunto de células que formam os órgãos ¿ do coração ao cérebro, passando pelos músculos e a pele ¿ e, por fi m, todo o nosso organismo.

Dar às células os nutrientes certos nas concentrações certas: os nutrientes estão presentes em diversos tipos de alimentos, desde os legumes às leguminosas, fruta, grãos e cereais. Portanto, manter uma alimentação variada é importante para garantir os diversos nutrientes necessários a um funcionamento ótimo do nosso organismo, e isso passa por um equilíbrio de gorduras, proteínas e hidratos de carbono, os chamados macronutrientes, e os micronutrientes, que são as vitaminas e os minerais. Há várias boas dietas, como é o caso da famosa dieta mediterrânica, que privilegia os vegetais e as gorduras insaturadas, juntando a isto o consumo moderado de vinho tinto, rico em resveratrol, um protetor do sistema cardiovascular, e um baixo consumo de carne vermelha, privilegiando o peixe e as aves.

Convém recordar que as proteínas também são encontradas no reino vegetal, e não apenas em produtos animais, e da mesma forma os vegetais também são hidratos de carbono, não é apenas o pão e a massa que possuem hidratos de carbono. Quer isto dizer que a base da alimentação pode e deve ser feita com produtos vegetais, que incluem cereais, grãos e leguminosas, fruta e frutos secos, legumes e hortícolas, tudo cozinhado da forma mais simples possível e temperado com azeite extravirgem, vinagres ou sumo de limão. As especiarias podem e devem estar presentes.

Resumidamente, tudo o que a terra nos dá faz parte de uma alimentação saudável.

Uma das discussões que é comum quando se fala em dietas saudáveis e equilibradas, baseadas em vegetais, é o consumo de proteína, principalmente proteína completa, que possui todos os aminoácidos essenciais, geralmente atribuído apenas a produtos de origem animal, como a carne, os ovos e os lacticínios. No entanto, a soja e o cânhamo fornecem todos os aminoácidos essenciais, ou seja, proteína completa. Da mesma forma, por exemplo, o abacate e as sementes de abóbora também possuem todos os aminoácidos essenciais. Portanto, ao combinarmos diferentes plantas na nossa alimentação também conseguimos receber todos os aminoácidos essenciais, ou seja, proteína completa.