A saída de jogadores portugueses cada vez em idades mais precoces para os melhores campeonatos é uma boa notícia para o futebol português.

É sinal de reconhecimento da qualidade e quase sempre de crescimento.

Mas é uma pena também. Porque as oportunidades de ver esses talentos em solo português são remotas.

E isso ficou claro para quem viu o jogo dos sub-21 de Portugal, que venceram a Noruega no Estoril nesta sexta-feira.

O onze escolhido por Rui Jorge para entrar em campo é de uma qualidade que há muito não se via. Mas só quatro jogadores estão ainda em Portugal – Diogo Costa, Diogo Leite, Diogo Queirós e Nuno Mendes.

Por isso, mesmo para quem anda atento ao que esta geração faz lá por fora, vê-los a jogar ao vivo sabe a descoberta.

Pedro Neto, por exemplo.

Na época passada, o extremo já deu nas vistas no Wolverhampton. Marcou, assistiu e deixou bem claro que não era «apenas mais um português» no plantel de Nuno Espírito Santo.

Mas vê-lo a bisar com dois golaços – um belo remate de fora da área e uma jogada individual irrepreensível – e ainda a assistir para o terceiro golo, dá vontade de ver mais.

Os golos de Neto:

O mesmo se pode dizer de Vitinha. O médio que o FC Porto emprestou ao mesmo Wolves neste verão encheu o campo, jogou e fez jogar… mas já fugiu para longe dos olhos de quem gostava de ter tido oportunidade para ver o seu futebol todas as semanas, nem que fosse por uma época. Uma época só.

O golo de Vitinha:

Isto é um lamento? Meio-meio. Talvez seja romantismo a mais, mas voltamos às linhas iniciais: é um excelente sinal para o futebol português.

Que o diga Rui Jorge, que viu a sua seleção alcançar a quinta vitória em seis jornadas da qualificação para o Europeu de sub-21, e vê a fase final cada vez mais perto, depois de ter vencido com autoridade a congénere norueguesa por 4-1.

Só é pena não dar para ver este talento crescer mais tempo por perto. Mas é o custo do futebol moderno.

É assim que se chama, certo?