Rui Jorge fez três alterações na convocatória em relação à fase de grupos do Campeonato da Europa de sub-21. O selecionador nacional abordou concretamente a chamada de Pedro Gonçalves, utilizado por Portugal na fase de grupos da categoria, ao Euro 2020 e explicou a escolha por Romário Baró.

«Pedro Gonçalves? Por ser um caso concreto será mais fácil explicar o que tenho tentado explicar. É uma fase final do Europeu de sub-21 e é importante para mim ter bons resultados. Quanto mais jogadores de qualidade tiver, mais próximo estou de conseguir. O Pedro Gonçalves foi fundamental no que conseguimos na fase de grupos, mas o princípio não se inverte», começou por dizer aos jornalistas.

«Mais do que resultados, a seleção de sub-21 e o treinador têm de estar preparados para isso. E eu estou. A questão não é ajudar os sub-21, mas ajudar os jogadores a estarem preparados para um patamar superior quando o selecionador os chame. O selecionador de sub-21 tem de estar preparado para isso, aceitar e ser coerente no seu discurso. É o que tenho sido e quem me lidera também o tem reconhecido. Por isso, sinto-me satisfeito sabendo quais são as regras e preparando-me para estas situações. E veio o Baró», justificou. 

Rui Jorge recusou falar em específico a aposta do Sporting na formação, elogiou o trabalho feito nas camadas jovens em Portugal e lembrou que em 29 convocatórias «perdeu» jogadores para a seleção AA em 27.

«Não gosto de me meter no trabalho dos clubes. De forma geral, digo que temos bons jogadores em Portugal. Estamos a trabalhar cada vez melhor, os jogadores conseguem afirmar-se cada vez mais cedo. A propósito da pergunta anterior, as chamadas à equipa principal são sinal de que os jogadores estão prontos mais cedo para um nível mais alto. A título de curiosidade, e porque já vinha preparado, nas últimas 29 convocatórias que fiz, em 27 tivemos jogadores que foram para a seleção principal. Estamos a falar de um número considerável de convocatórias onde isso aconteceu. Isso é sinónimo de qualidade», destacou. 

Por último, o treinador da seleção de sub-21 admitiu que se preocupou com o passado na categoria e com o equilíbrio na hora de escolher a lista de 23 jogadores. Lembre-se que além de Pote, João Mário e Filipe Soares saíram da convocatória depois de terem participado na fase de grupos. 

«Todos os momentos são de avaliação. Fizemos algumas alterações no caso do Leão e do Jota. Estiveram connosco durante todo o percurso, lesionaram-se e tiveram o azar de não estar na fase final. Quem veio, o João Mário e Filipe [Soares] estiveram bem. Deram-nos o que pretendíamos. Custa-me deixar jogadores de fora quando têm comportamentos correctos, mas faz parte da tarefa do treinador tomar decisões difíceis. Vamos tentar ir buscar um bocadinho do que o Pedro Gonçalves nos estava a dar e escolhemos o Baró. O Baró transmite segurança, capacidade de ter bola, não entrega bolas fáceis e é um jogador requintado tecnicamente. Apesar de serem jogadores diferentes, foram essas caracerísticas que me fizeram optar pelo Baró», justificou.