Uma nota antes do texto: a foto que acompanha este artigo é de arquivo. Para ser mais concreto, data do início do Verão.
Tem razão o leitor que está a pensar
nessa altura tudo eram sorrisos para o treinador e, imaginamos nós, para o dono do Chelsea, o russo que raramente se vê.
Olhamos para a imagem e parece que foi há muito tempo.
No entanto passaram apenas quatro meses, pouco mais de 100 dias.
Nesse período, Villas-Boas chegou a parecer capaz de construir depressa uma equipa que mantivesse o melhor do Chelsea antigo e acrescentasse a Stamford Bridge um pouco de futuro. Ou seja, continuar Drogba, Terry e Lampard, mas encontrar espaço para caras novas. Uma delas David Luiz, mas também Sturridge ou Mata, sem esquecer Torres, o caro.
A alegria durou pouco, mas chegou a parecer que quase tudo batia certo.
De repente, o Chelsea desmontou-se. E de repente é mesmo de repente. Bastaram uma derrota fora, expulsões e erros defensivos. Sem perceber muito bem como, o treinador português encontrou-se misturado com as equipas que discutem o apuramento para a Liga Europa (ou a última carruagem para a Champions) e a
doze pontos do surpreendente Manchester City.
Na Liga dos Campeões, porém, tudo parecia continuar bem. Apenas bem, nada de excepcional. Mas controlado, seguro, competente. Até esta quarta-feira. Um golo no
último suspiro permitiu ao Bayer Leverkusen assumir a liderança do
grupo E. Na melhor das hipóteses, parece, Villas-Boas será segundo. O que pode complicar o sorteio dos oitavos-de-final.
Em Inglaterra já se discute o futuro do treinador português. Como em Portugal se escreve sobre a manutenção de Vítor Pereira. A vida tem momentos assim, curiosos.
A maior parte dos ingleses que escrevem lembram a conhecida falta de paciência de Abramovich. Mas acham que é cedo para lavrar a sentença sobre Villas-Boas. Pelo menos hoje é cedo. A
10 de Dezembro pode não ser.
Nesse dia, o Chelsea receberá o Manchester City. A seis terá jogado com o Valência a sua primeira
final da Liga dos Campeões. E a 3 estará no norte de Inglaterra, em casa do espantoso Newcastle. Para Villas-Boas,
tenista que por esta altura se defende dos golpes adversários no fundo do «court», este será o primeiro momento fundamental da temporada.
Olhando para um Chelsea que não entusiasma na frente, é pouco poderoso no meio-campo e nada confiável atrás, as dúvidas são legítimas. Sobreviverá? O maior teste da carreia internacional de Villas-Boas já começou.
Opinião
23 nov 2011, 23:52
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