* enviado-especial do Maisfutebol a Sevilha

Portas meias com o Estádio Sánchez Pizjuan, o Maisfutebol conhece finalmente o famoso Barbeiro de Sevilha. Podia ser Fígaro, a personagem criada por Rossini no início do século XIX, mas este é real e chama-se Blas Marquez.

Ao contrário de Fígaro, Blas é silencioso e pouco exímio na arte de espalhar boatos. Concentra-se na arte milenar da manipulação capilar e é conhecido por todos no Bairro de Nervión.

Blas prefere, por exemplo, o Eduardo Mãos de Tesoura, de Tim Brurton e Johnny Depp, ao mais famoso barbeiro da terra do flamenco. Mas do que ele relmente gosta é da sua cidade natal, Barcelona.

O nosso jornal submete-se à cadeira de Blas e a conversa flui. Quem é este Barbeiro de Sevilha, vizinho do adversário do FC Porto na Liga Europa?

«Sou de Barcelona e do Futebol Clube de Barcelona. O que eu sofri contra o Atlético Madrid! Por mim, o ciclo de Tata Martino acaba no final da época», diz-nos Blas, a viver «há 40 anos em Sevilha, mas para sempre catalão».

Nas ruas amontoam-se pessoas. Blas não vai ao estádio porque não gosta do clube local. Simpatiza com o freguês e atira um desejo em surdina: «que o FC Porto vença e elimine aqui os meus vizinhos». Ficámos curiosos. Blas continua.

«O meu jogador favorito é o Deco. Ele jogou no FC Porto antes de ir para o Barcelona, por isso só posso simpatizar com o clube português».

Gioachino Rossini não patenteou este Barbeiro. É de carne e osso, tem emoções, ama o Barcelona e Deco. O nosso corte de cabelo, já agora, ficou ótimo. Está como se fosse uma escultura de Eduardo Mãos de Tesoura.