À margem do colóquio «A Moderna Gestão Financeira Pública: Uma Resposta à Crise Económica», que decorre esta sexta-feira em Lisboa no âmbito das comemorações dos 160 do Tribunal de Contas, o economista defendeu ainda a criação de organismo independente que analise os custos e os benefícios dos grandes investimentos, de forma mais profunda e mais técnica.
«Já tenho defendido há mais tempo que deveria haver no Estado um organismo de análise de custos e benefícios das grandes despesas, para saber em que aspecto é que essas grandes despesas contribuem para a melhoria da competitividade portuguesa a longo prazo ou na conjuntura actual para o combate ao desemprego».
Porque apostar na alta velocidade iria «absorver recursos que estão a faltar para outras cosias» e que, ao serem gastos em equipamentos em França e Espanha, «ficam a faltar para dar emprego a portugueses», o também ex-governador do Banco de Portugal propõe um «análise mais profunda do que até agora [tem sido feito]. Estou convencido que o TGV para o Porto acabará por ser necessário um dia, por agora não me parece que deva absorver recursos que estão a faltar para outras coisas. Temos poucos recursos, e os recursos que gastamos no TGV a comprar máquinas em França ou equipamentos em Espanha ficam a faltar para dar emprego a portugueses».
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