O título que o Liverpool conquistou esta quinta-feira não premeia apenas a melhor equipa de Inglaterra: ele é um tributo a todas as equipas que fazem as coisas como elas devem ser feitas.

O Liverpool percorreu um longo caminho até ser campeão. Mas nunca mudou de rumo.

Desde que contratou Jurgen Klopp, no dia 8 de outubro de 2015, o clube traçou um trajeto que soube seguir contra ventos e marés. Vale a pena lembrar que nessa primeira época a equipa terminou no oitavo lugar da Liga Inglesa. Nas duas temporadas seguintes acabou em quarto.

Essa não foi, porém, razão suficiente para colocar tudo em causa.

Com paciência e com personalidade, o Liverpool foi trabalhando a ideia de Jurgen Klopp. Ano após ano a equipa ficava mais forte.

Chegaram Origi, Wijnaldum, Matip, Joe Gomez e Sadio Mané no primeiro verão, Oxlade-Chamberlain, Robertson, Van Dijk e Salah no segundo, Alisson, Naby Keita, Fabinho e Shaqiri no ano a seguir. Cada época que começava a equipa estava mais robusta, mais ameaçadora.

O bom trabalho empolgava os adeptos, que sentiam a glória de antigamente a aproximar-se. Era preciso acreditar e envolver toda a gente dentro do mesmo espírito. O resto foi futebol: um futebol feito de paixão, de entusiasmo e de furor. Exatamente como Klopp já tinha feito em Dortmund: ímpeto na recuperação da bola e velocidade nas transições ofensivas.

O título agora conquistado não é uma surpresa para ninguém, portanto. Já se anunciava há vários meses e já se imaginava há um par de anos. Desde que o Liverpool criou as bases de uma equipa vencedora na sustentação de uma ideia equilibrada, e que soube sempre defender.

Desse por onde desse.

Vale a pena lembrar aliás que, exceção feita ao erro chamado Roy Hogdson, nenhum treinador se pode queixar de não ter tido estabilidade no clube. Rafa Benítez ficou seis anos em Anfield Road, Brendan Rodgers ficou quatro e Jurgen Klopp já vai em cinco.

O Liverpool sabe, definitivamente, fazer bem as coisas.

Parabéns, portanto. Por tudo.