O secretário-geral da Federação Nacional de Educação (FNE), João Dias da Silva, considerou este domingo que os protestos espontâneos de docentes realizados este sábado reflectem o «profundo descontentamento» da classe com o Ministério da Educação, noticia a Lusa.

«Não há nenhuma competição com os sindicatos, mas um profundo descontentamento dos professores, que o exprimiram de forma espontânea», frisou o dirigente sindical, numa alusão ao facto destes protestos terem sido promovidos à margem das estruturas sindicais.

Centenas de professores concentraram-se este sábado no Porto, em Leiria e nas Caldas da Rainha, em iniciativas espontâneas de protesto contra o Ministério da Educação, convocadas com recurso a mensagens telefónicas (SMS), correio electrónico e blogues na Internet.

«O que aconteceu sábado e já tem acontecido em muitas escolas no país é o reflexo da sensibilidade muito apurada dos professores relativamente a orientações do Ministério da Educação que desvalorizam a profissão», afirmou.

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Professores saem à rua

Segundo João Dias da Silva, o Ministério tem vindo a «colocar grande pressão sobre os professores, que é incomportável e burocrata».

«Esta pressão deixa pouco tempo para os professores poderem ser professores, inundando-os com uma enorme carga burocrática e administrativa», frisou.

O secretário-geral da FNE salientou que o novo regime de avaliação dos professores «é claramente punitivo e burocrático, em vez de ser promotor de melhorias».

Por esse facto, João Dias da Silva considerou que os protestos espontâneos dos docentes «dão mais força aos sindicatos», salientando a importância deste apoio porque, «face à lei, apenas os sindicatos têm capacidade de negociação».