Cerca de 50 pais e alunos estão concentrados em frente aos portões da escola, que foram abertos pela polícia cerca das 10:00 de hoje, mas os pais asseguram que os filhos não entram enquanto as suas reivindicações não forem satisfeitas. As crianças desta escola estão também sem receber leite há um mês.
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Maria Ferreira, que tem dois netos na escola, disse à Lusa que há duas auxiliares para 200 crianças e que os alunos não estão minimamente seguros. Acrescentou que da escola lhes responderam que iriam discutir a situação numa reunião marcada para hoje.
Uma das preocupações dos pais das crianças é uma passadeira em frente à escola, que não é respeitada pelos automobilistas e que já pôs em perigo várias crianças. «Nunca aconteceu aqui nenhum acidente por acaso do destino», disse Maria Ferreira à Lusa.
«Falta de papel higiénico»
Outra mãe bastante exaltada - Fátima Rodrigues - adiantou que um dos filhos já foi várias vezes agredido na escola e que também já ia sendo atropelado. «Os miúdos trazem facas para a escola pondo em risco a segurança de todas as crianças», frisou. As queixas desta mãe estendem-se ainda à falta de condições na escola, nomeadamente a falta de lanche para as crianças, de papel higiénico e ausência de refeitório.
O presidente da junta de freguesia de Carnide, Paulo Quaresma, adiantou à Lusa que há anos que esta situação se arrasta e que se agravou quando o Ministério da Educação decidiu que a escola passava a funcionar a tempo inteiro, entre as 08:00 e as 20:00. Paulo Quaresma acrescentou que a escola está a funcionar actualmente com menos auxiliares do que no ano passado.
«Rácios estão correctos»
A agravar esta situação, os alunos têm que se deslocar a pé para outra escola do agrupamento para se alimentarem, tendo que atravessar várias estradas. O autarca acrescentou que esta situação já foi referenciada várias vezes ao Ministério da Educação e que este informa que os rácios estão correctos (a existência de um refeitório numa escola depende de um rácio calculado com base no número de alunos).
Para minimizar o problema, a junta de freguesia de Carnide disponibilizou três funcionários que estão a tempo inteiro na escola, porque o Ministério da Educação «não cumpre a sua obrigação», acusou Paulo Quaresma. O autarca avançou ainda que está a decorrer neste momento uma reunião entre a escola, pais, representantes da Câmara Municipal de Lisboa e da junta de freguesia para tentarem solucionar o problema, sublinhando porém que a decisão será «muito limitada», uma vez que a solução do problema passa pelo Ministério da Educação.
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