A administração da Valorsul, cujos trabalhadores estão em greve desde terça-feira, afirmou hoje que são os «trabalhadores com maiores remunerações que querem manter horas extraordinárias desnecessárias», noticia a Lusa.

A administração da empresa declarou em comunicado que os trabalhadores da Central de Tratamento de Resíduos Sólidos (CTRSU) de S. João da Talha que dão «suporte efectivo a esta greve» recebem «em média cerca de mil euros em horas extraordinárias por mês».

Segundo a Valorsul, estas horas extraordinárias são «na sua grande maioria, perfeitamente desnecessárias mas que, nas presentes condições, não podem ser evitadas por força da rigidez do Acordo de Empresa e do horário laboral em vigor».

«A continuidade do trabalho suplementar nos actuais moldes representa um peso desnecessário com as consequentes repercussões para a factura suportada pelos 1,2 milhões de habitantes dos cinco municípios que beneficiam destes serviços», defende a empresa.

Segundo a Valorsul, a remuneração média anual global dos 78 trabalhadores da CTRSU) de S. João da Talha é de «40.837 euros o que corresponde a um custo anual por colaborador para a empresa de 53.532 euros».

«As remunerações do trabalho em horário suplementar atingem mais de 1,1 milhões de euros/ano - custos demasiadamente elevados e que tendem a agravar-se a médio e longo-prazo», sublinham.

O objectivo da Administração «tem sido discutir com os trabalhadores medidas para conter o trabalho em horário suplementar dentro de limites razoáveis e eliminar custos desnecessários para o funcionamento da empresa».

Segundo a Valorsul, a paralisação no Aterro Sanitário de Mato da Cruz «nunca abrangeu mais de 4 dos 24 trabalhadores». A presença da GNR no local esta madrugada, justifica a empresa, deveu-se «exclusivamente ao facto de elementos exteriores ao Aterro Sanitário terem procurado, através de cordões humanos e práticas insultuosas e intimidatórias, fechar os portões e impedir a passagem dos camiões de recolha do lixo». De acordo com a empresa, esta atitude visou «impedir que a esmagadora maioria dos trabalhadores daquela unidade possam exercer o seu direito ao trabalho».