Moradores de Rio de Mouro, em Sintra, temem que os 40 novos efectivos policiais que esta sexta-feira entraram em funções, substituindo a GNR, sejam escassos para combater o sentimento de insegurança da população, após o duplo homicídio de domingo, escreve a Lusa.

Na noite de domingo, um jovem de 16 anos alegadamente baleou dois jovens, o que acentuou entre os habitantes da freguesia alguns receios relativos à segurança que não foram dissipados pela troca do posto da GNR pela nova esquadra da PSP, desde as 00:00 de hoje, no âmbito da reorganização territorial das forças de segurança.

Com esta alteração, deixaram esta freguesia do concelho de Sintra 30 elementos da GNR, passando Rio de Mouro a contar com «40 elementos efectivos da PSP», segundo disse aos jornalistas a comandante Anabela Alferes.

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Um morador de Rio de Mouro considerou, em declarações à Lusa, que «numa freguesia onde moram 60 mil habitantes é impossível» 40 agentes fazerem uma cobertura territorial adequada.

Poucos agentes

«Somos 60 mil habitantes e não são 40 ou 50 polícias a patrulhar as ruas que vão conseguir fazer alguma coisa. Deviam vir para aqui bem mais do que esses», afirmou.

Uma outra residente, Ana Lopes, lamentou que a freguesia «agora só seja conhecida pelo que aconteceu no domingo».

«Espero que com esta troca se resolvam alguns dos problemas que aqui temos, e que a polícia ande mais pelas ruas sem ser quando são chamados por nós», referiu esta moradora.

Insegurança

Vários habitantes fazem relatos de situações de insegurança ou assaltos que presenciaram.

«Na semana passada vi um menino de oito anos a comer um bolo e outro que nao tinha mais de 11 pediu-lho. O mais novo não lho queria dar e o outro ameaçou-o com uma faca. Tudo durante o dia perto da estação», disse à Lusa Maria da Conceição, de 70 anos.

A cerimónia de abertura da nova esquadra na freguesia contou hoje de manhã com a presença do ministro da Administração Interna, Rui Pereira, do presidente da câmara de Sintra, Fernando Seara, do director nacional da PSP, Orlando Romano, e do presidente da Junta de Freguesia de Rio de Mouro, Filipe Santos.

Dezenas de crianças participaram na cerimónia a pedido do presidente da junta de freguesia, para mostrar «que ainda há muitos jovens» nesta localidade.

«A segurança e o acompanhamento destas crianças vai ser muito importante, não só pelas forças de segurança pública mas também por todas as instituições que trabalham com a comunidade, como as escolas ou a segurança social», disse aos jornalistas Filipe Santos.