O ministro da Administração Interna, Rui Pereira, esteve esta sexta-feira em Rio de Mouro, para assinalar simbolicamente a «passagem» do posto da GNR para a Polícia de Segurança Pública (PSP) naquela freguesia. Cinco dias depois da morte violenta de dois jovens, junto à estação de comboios de Rio de Mouro, o acto assumia uma relevância acrescida. E o incidente não foi esquecido.

Questionado sobre a importância desta esquadra, depois do homicídio, o ministro da Administração Interna (MAI), Rui Pereira, considerou que «a criminalidade grave é uma preocupação do executivo e é importante transmitir segurança aos cidadãos».

O presidente da Câmara Municipal de Sintra, Fernando Seara, presente na cerimónia acabou por ser uma das vozes mais optimista perante esta reestruturação territorial das forças de segurança e a importância que poderá ter esta nova esquadra, com uma média de 40/50 agentes em permanência.

«Pelas crianças»

Um grupo de crianças vestidas a rigor para o Carnaval, esperavam o ministro juntamente com a parada policial. E as atenções acabaram por se virar para elas. «À nossa frente está muita gente, mas estão fundamentalmente estas crianças. Crianças que nasceram em Rio de Mouro e que todos nós estamos vinculados a dar condições para se sentirem seguras», afirmou Fernando Seara, no seu discurso, onde também salientou a «disponibilidade permanente que o ministro da Administração Interna tem tido para Sintra e os seus problemas».

Até o ministro Rui Pereira se rendeu aos mais pequenos e iniciou a sua intervenção com «queridas crianças». Para o ministro da Administração interna, a reorganização do dispositivo territorial das forças de segurança foi «complexa» mas «bem sucedida». Porque eliminou «descontinuidades» e vai dar «mais segurança» aos cidadãos.

Aliás, Rui Pereira sublinhou que «a criminalidade grave e violenta tira a liberdade às pessoas», por isso, «o Estado está obrigado a dar segurança a todos os cidadãos. Um direito fundamental».

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«Decisão política correcta e acertada»

Já o director nacional da PSP, Orlando Romano, convidado para a cerimónia, considerou esta «decisão política correcta e acertada» porque garante continuidade geográfica da PSP, desde Vila Franca de Xira até à entrada de Sintra e Cascais.

Orlando Romano avançou que estão colocados na divisão de Sintra 499 elementos distribuídos por sete esquadras: Queluz, São Marcos, Algueirão Mem-Martins, Mira Sintra, Casal de Cambra, Massamá, Rio de Mouro.

Quanto ao incidente do passado fim-de-semana o director nacional da PSP afirmou que «é um caso grave, que está em investigação e o autor está detido».

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Anabela Alferes, comandante da divisão da PSP de Sintra, estava também satisfeita com a passagem de testemunho até porque «tudo correu de forma agradável». Sobre os acontecimentos de domingo a responsável lembrou que «o luto deve ser respeitado e existe dor de ambos os lados». Perante novos conflitos garantiu que «estamos cá para intervir».