A primeira derrota frente a uma equipa dinamarquesa pode ter consequências muito negativas para o Sporting. Falta um segundo duelo, é certo, mas ao perder em casa, por duas bolas a zero, a equipa portuguesa arrisca-se a dizer adeus à Europa e ficar apenas para consumo interno.

O jogo com o Brondby mostrou um «leão» sem ideias, muito pouco poderoso. Muito pouco feroz, resuma-se. Com ou sem capacidade financeira, estes primeiros jogos oficiais deixam uma certeza: a Paulo Sérgio faltam jogadores que façam a diferença.

Nem o losango parece dar magia a este meio-campo

Ainda à procura da fórmula vencedora, o técnico leonino decidiu apostar desta vez no 4x4x2 em losango. Carriço voltou ao eixo da defesa, e André Santos entrou para o «onze», relegando Polga para o banco. Matías Fernandez foi beneficiado por uma colocação mais central, mas Maniche, em contrapartida, ficou mais distante do jogo ao ser colocado mais sobre a direita.

Sem ideias, o Sporting sentiu inúmeras dificuldades para criar apuros à bem organizada equipa do Brondby. Carriço esteve perto de marcar, na sequência de um canto (17m), mas só os laterais conseguiam provocar desequilíbrios. Rui Patrício teve mais trabalho do que o seu colega de posto, no primeiro tempo, com os principais calafrios a saírem dos pés de Jan Kristiansen. O camisola 27 do Brondby começou por assustar pelo lado esquerdo, com um pontapé à malha lateral (30m), mas foi pela direita que gelou Alvalade, aos 43 minutos. O contra-ataque parecia «domado», mas alguma passividade excessiva deu espaço a Kristiansen para fazer um grande golo. O remate de pé esquerdo, em arco, deixou Rui Patrício pregado.

Culpa própria, mas também muito azar

Se ao intervalo já se notava evidente desagrado nas bancadas, tudo piorou aos sete minutos do segundo tempo, quando apareceu o segundo golo do Brondby. Completamente desequilibrado, o Sporting expôs-se a mais um golpe. Kristiansen voltou a provocar estragos, com um remate forte que Patrício não conseguiu segurar, aproveitando Jallow para fazer a recarga vitoriosa.

Com as entradas de Vukcevic e Yannick Djaló o Sporting tornou-se mais perigoso, mas não foi feliz na finalização. Ainda que esta derrota tenha muita culpa própria, a equipa leonina também se pode queixar de uma bela dose de falta de sorte. No mesmo minuto, o 68, a equipa leonina acertou duas vezes no poste. Primeiro Liedson, com um magnífico pontapé de bicicleta, e depois Nuno André Coelho, de cabeça. Já antes tinham ficado dúvidas numa queda de João Pereira na área. Três lances que, no contexto de uma eliminatória a duas mãos, têm indiscutível peso.

É que o «leão» tem uma tarefa muito dura pela frente, se quer continuar na Europa. Na Dinamarca será preciso fazer muito mais, para conseguir um apuramento que, a esta distância, parece tão complicado.