Após o dérbi com o Benfica, Ruben Amorim diagnosticou bipolaridade à equipa do Sporting para explicar as oscilações exibicionais de uns jogos para outros e até mesmo ao longo dos 90 minutos de uma partida.

Na antevisão ao jogo com o Vizela, agendado para esta sexta-feira em Alvalade, o treinador dos leões abordou o tema, assumiu que é isso que justifica o atraso pontual que a equipa já leva ainda antes do fim da primeira volta da Liga, mas vincou que a consistência não é um processo com resultados imediatos.

«Acho que essa é a grande explicação e tem a ver com a mentalidade. O hábito de alguns jogadores não estarem habituados a jogar sempre com a pressão de vencer. Quando não temos aquelas sensações boas, o nosso corpo custa a arrancar e eu fui jogador e sei que há dias em que é preciso ter uma vontade extra para as coisas funcionarem. Mas não é por mal. Conheço os meus jogadores e eles preparam-se bem para os jogos, mas este hábito de jogar sempre para ganhar cria-se e é preciso experiência. Eles estão a crescer neste aspeto, sabendo que estão num clube grande. E se estão num clube grande, têm de passar etapas. (...) Acho que isto explica-se com a mentalidade da equipa, que tem de crescer.»

A inexperiência dos jogadores com causa da irregularidade, mas também o treinador, garantiu Amorim, que não fugiu às responsabilidades. «É responsabilidade do treinador porque já aconteceu várias vezes. Mesmo tendo passado a mensagem, às vezes é difícil. Também tenho noção do contexto, volto a dizer. Estamos a jogar com jogadores muito talentosos como o Marcus Edwards, mas se olharmos para o passado dele, mesmo no V. Guimarães era muito intermitente. Quando vamos buscar jogadores, sabemos que vamos ter muito talento mas também alguns altos e baixos. Mas quando uma equipa consegue ter um nível muito alto em jogos com nos jogos com o Tottenham e até no Dragão, com todos os azares, tem essa capacidade, nos outros também tem de ter. A responsabilidade é sempre do treinador e quando é inconstante, ainda mais», concluiu.