Ruben Amorim considera que é essencial o Sporting recuperar a «chama» que já teve nas últimas épocas e também a «fome» por vencer numa temporada em que os leões já consentiram seis derrotas. Na antevisão do embate com o Casa Pia, o treinador desvalorizou o eventual resultado do clássico e considera que a prioridade passa por ultrapassar o adversário deste sábado na classificação.

A verdade é que os leões acabam de somar mais uma desilusão, com a saída precoce da Taça de Portugal, frente ao Varzim. «Em relação ao jogo, o nosso rival direto é o Casa Pia. Está à nossa frente, é o jogo mais importante, é o único jogo que conta. Se tivéssemos ganho ao Varzim ou não, tínhamos sempre de ganhar. Obviamente que perdemos com uma equipa da Liga 3 na primeira eliminatória que pudemos jogar na Taça, mas temos de ganhar como sempre», começou por destacar na antevisão do jogo da 10.ª jornada.

Para o treinador, o mais importante, nesta altura, é recuperar a «chama», uma palavra que repetiu várias vezes ao longo desta conferência de imprensa. «É tudo igual, temos de recuperar um bocadinho a chama que sempre tivemos. Isso é o mais o importante, mais do que os títulos que trouxemos, ou o dinheiro, ou a valorização dos jogadores, o que trouxemos em termos de chama, de ligação entre todos, estamos a perder um bocadinho porque isso também vem com os resultados. Temos de voltar a tornar essa chama forte, portanto é um jogo importantíssimo para nós. Para ultrapassarmos o Casa Pia, para nos aproximarmos mais da frente e para seguir em frente no campeonato», prosseguiu.

Uma chama que tem permitido uma comunhão com os adeptos, mas que tem vindo a esmorecer. «Quanto aos adeptos, quanto a mim, têm sido sempre muito justos. Quando ganhávamos, mesmo não jogando bem em alguns jogos, eles estiveram sempre connosco. Mesmo com jogos difíceis de encaixar, eles estiveram connosco. No campeonato estamos na luta num grupo muito difícil, na Liga dos Campeões estamos na luta. Temos de encaixar aquilo que os adeptos queiram mostrar. Frente ao Varzim mostrámos personalidade, falta qualquer coisa, acho que tem a ver com essa chama. Temos de aumentar a ambição em todos os jogos, temos de ser mais agressivos e marcar mais golos», destacou.

Marcar mais golos, mas também sofrer menos. «Em relação aos golos sofridos, temos de olhar para as oportunidades dos nossos adversários. O nosso rival neste momento é o Casa Pia, temos de ganhar e para ganhar temos de empurrar o adversário para trás, ter cuidado com as transições do Godwin. Há momentos dos jogos em que não temos sido rigorosos. Não interessa os outros jogos, não interessa o dia depois de amanhã, interessa ganhar ao Casa Pia. Esta equipa sempre teve identidade. Esta época houve poucos adversários que conseguiram dividir o jogo connosco e mesmo assim mataram-nos. Já tivemos momentos em que está em que conseguimos golos no fim, é essa a tal chama que nos falta. Muito do que conseguimos nestes últimos dois anos tema ver com a chama, com a fome de ganhar. Foi isso que perdemos», insistiu.